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Plataforma mapeia foodtechs da Amazônia com potencial para receber investimentos

Foto do escritor: Ana Luísa CintraAna Luísa Cintra

Atualizado: 28 de ago. de 2023

A região Norte possui um grande potencial de desenvolvimento de startups sustentáveis. Por isso, com a intenção de identificar empresas que possam receber investimentos na Amazônia Brasileira, o relatório conta com mais de 150 startups de destaque mapeadas na região.

Foto: Wix

A desenvolvedora de negócios pelo clima Ateha lançou um relatório no qual mapeia as foodtechs da Amazônia, pequenas empresas da região que trabalham com ingredientes locais e nativos da floresta. A ideia é tornar essas organizações mais conhecidas para que possam receber investimentos e crescer, incentivando a bioeconomia. A iniciativa é uma parceria com a RG Think Food.


Para o relatório, foi usado o conceito de foodtech para empresas que "possuem um enorme potencial para combinar a inovação tecnológica com a riqueza natural e cultural da região. Ao promover a utilização sustentável dos recursos e o fortalecimento das comunidades locais, podem contribuir para o desenvolvimento econômico e social da Amazônia, preservando sua biodiversidade". A aposta é que a indústria alimentícia pode se beneficiar da descoberta de novos ingredientes, ao aumentar a diversidade de produtos.


Além dos desafios de recursos humanos e de inserção de mercado, ainda há o de respeitar o tempo da natureza — produtos da bioeconomia não funcionam no mesmo ritmo do que monoculturas, por exemplo. No relatório, ainda são citados outros pontos como a logística de distribuição dos produtos, segurança alimentar, aproveitamento dos recursos naturais, entre outros.


"É preciso olhar para a biodiversidade em produtos de escala, entender como a floresta consegue entregar e não como o mercado demanda", cita a diretora executiva do Ekuia, Paula Scherer. Por isso o conhecimento é fundamental, tanto na gestão empresarial quanto no entendimento dos ciclos naturais, assim como a necessidade de se conectar com a cadeia produtiva e "participar" do ecossistema.


Forças

Se os desafios são grandes e por vezes é difícil achar soluções, também há forças que podem ajudar as foodtechs amazônicas. Um exemplo é a conexão entre diferentes pessoas e empresas, em um modelo colaborativo e solidário que transpareceu até na elaboração do relatório. "Isso torna mais fácil conhecer as histórias, como estão fazendo esses produtos, conhecer as cadeias produtivas que estão comprando. Elas também conhecem os problemas, as soluções. Assim, a grande maioria das conversas é olho no olho", relembra Scherer.


A biodiversidade gigantesca da Amazônia também ajuda. Com o mercado alimentício sempre em busca de novos sabores e ingredientes, a diversidade dos produtos da floresta pode ser um grande trunfo. "É muito mais do que a grande indústria tem hoje, no que tem disponível. É plantar inovação", comenta Guarita. Apesar do relatório ter sido focado no setor alimentício, as indústrias farmacêutica e de cosméticos também podem se beneficiar, e outros usos podem ser inventados.


Para cumprir com seu propósito, a bioeconomia precisa cuidar das comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e ribeirinhos. No relatório, embora não tenha sido simples, alguns negócios criados por comunidades foram encontrados, assim como outros que compram delas. "Não é só fazer um pix, há um trabalho de desenvolvimento que visa garantir a segurança de povos em meio a realidades complexas" afirma Scherer.


Assim, elas reforçam a importância do relatório. "Dá segurança para o investidor que se as cadeias estão sendo criadas, dá para ele investir, e assim fomenta um sistema" destaca Guarita. Para o futuro, versões atualizadas devem ser lançadas com mais empresas, assim como em outros idiomas. "É um material vivo, tentamos aprender todos os dias", diz Guarita. Ela projeta lançamentos em inglês e espanhol, como forma de chamar mais pessoas para a conversa, em meio a um grande interesse do mercado internacional.


Acesse o relatório:


Fontes/informações: Portal Terra, Ateha e Ekuia


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