Donos de marcas famosas no estado contam alguns de seus segredos para empreender na Amazônia
Empreender é um passo que requer planejamento, organização, além de uma série de habilidades e competências. Quando fazemos um recorte sobre empreender na Amazônia, com suas peculiaridades, observamos que essa ação necessita de todas as atribuições já citadas somadas a um esforço maior. Isso pode, muitas vezes, estar mais ligado a um domínio de si mesmo e a algumas questões mais subjetivas.
É o caso da empresária Ana Paula Sobrinho que é natural do Piauí, no Nordeste brasileiro, e adotou o Pará, onde mora há 33 anos. Ela conta que no início da sua jornada empresarial precisou acreditar em seu potencial e não desistir daquilo que sempre amou fazer que é atuar no mercado da moda e confecções de alto padrão.
Localizada na Avenida Braz de Aguiar, a empresa Paula Brazil está vivendo seu auge no segmento do design de moda. “Empreender no Pará é saber que temos a possibilidade de crescer cada vez mais, estou me preparando ainda mais como empreendedora e capacitando minhas colaboradoras para tudo isso que está chegando. Sentimos que a demanda de turistas aumentará e muito nos alegra saber que somos a porta principal da Amazônia. Estamos aptos a atender quem chega de fora, a acolher e deixar a melhor impressão para quem nos visita”, afirma a empresária.
Inspirada pela mãe, que também era empreendedora, Ana Paula Sobrinho começou a trabalhar no município de Macapá durante 18 anos, fazendo distribuição e vendas no atacado. Precisou seguir sem a mãe que parou de trabalhar e passou a loja para a própria casa. Tempo depois, a loja assumiu assinatura própria. “Foi degrau por degrau, um passo de cada vez. É uma empresa muito próspera, estamos em crescimento, o tempo todo eu estou me capacitando e me aprimorando como empresária”, ressalta.
DIGITAL
Num mundo tecnológico, a concorrência que ela enfrenta é com o e-commerce, mas Ana Paula diz que sua clientela tem uma abertura maior para a experiência presencial. “Elas querem estar dentro da Paula Brazil. A gente tem de ser mestre também em receber, em acolher, porque a gente não é só vendas de produto, tem um ‘quê’ a mais: temos espumante todos os dias para as nossas clientes, servimos bolo, cafezinho e chocolate quente”, partilha a empresária sobre alguns de seus segredos.
E finaliza: “Para trabalhar no varejo e empreender, no geral, você tem de gostar de gente. Então eu gosto de gente e escolho pessoas que pensam igual a mim também para estarem comigo nessa jornada. A minha principal dica para quem está começando, primeiro é amar o que faz. É desanimador você acordar todo dia e fazer uma coisa que não ama só por conta do lado financeiro. Não tem como essa pessoa prosperar, é impossível. ”
Outra coisa é não desistir, ela completa. “Você tem que acreditar no que faz. Deve se capacitar, estudar, se envolver nos processos que é super importante, mergulhar fundo na empresa e procurar fazer o melhor. Dificilmente dará errado”, orienta Ana Paula que, nos primeiros anos da empresa, recebeu conselhos para acabar com seu empreendimento e retornar para casa, mas ela nunca desistiu.
Para outro empreendedor na Amazônia, o publicitário Thiago de Moraes, 42, quem aspira o empreendedorismo precisa primeiro conhecer bem o mercado que busca atuação para obter sucesso com seu empreendimento. Há seis anos, ele é proprietário da empresa Tudo 3D em sociedade com Walquíria Melo. O empresário diz que ambos precisaram vencer alguns desafios para prosperar.
“No nosso caso, que trabalhamos com impressão 3D foi um pouco mais difícil, pois, apesar desse segmento existir há bastante tempo em outras regiões, este é um negócio novo aqui em Belém e tivemos primeiro que fazer as pessoas entenderem do que se trata a impressão 3D e que não era o mesmo serviço de gráficas. Tivemos que desenvolver esse trabalho para que as pessoas entendessem o que nós fazemos”, conta.
Ele acrescenta que o maior desafio de ser empreendedor no Pará é com relação à divulgação de pequenos negócios. “É muito caro mostrar a sua marca e o seu negócio em mídias de massa como jornais ou tevê, então a saída mais viável é correr para as redes sociais e conseguir seguidores que apreciem o seu trabalho, se tornem clientes ou façam indicações.”
Como um perfil de clientes bem amplo, destaca Thiago - que costuma dizer que seu público-alvo é formado por seres humanos de 6 até 99 anos-, ele diz que abraça todas as oportunidades para mostrar seu trabalho e isso sempre gera bons negócios. Membro da Comunidade Belém Negócios, Thiago diz que esse espaço tem proporcionado aprendizados a eles nesse sentido. “Sempre acompanho o podcast e participamos das exposições. É uma rede onde se troca muita informação relevante para quem é empreendedor. Além de participarmos de eventos de negócios e feiras”, relata.
Por: Wal Sarges
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