A festividade é o maior evento de fé dos paraenses, por isso, a alta nas procuras por acomodações
Faltando apenas 60 dias para o Círio de Nazaré 2023, os hotéis de Belém já começam a se preparar para a maior festividade do povo paraense. A tradicional festividade é a alta temporada de Belém do Para, quando muitos turistas chegam à cidade para reencontrar familiares e prestar honra à padroeira do povo paraense. Márcio Bellesi, dono de uma rede de hotéis em Belém, afirmou em entrevista para o O Liberal, que os estabelecimentos dele estão com reservas fechadas e já pagas em 85% da capacidade.
O auge da festividade está marcado para acontecer dia 8 de outubro, com a procissão que atrai mais de 2 milhões de pessoas às ruas de Belém. Porém, a Missa do Mandado, que ocorreu no último dia 21, já deu início as atividades dos católicos em torno da festividade. No entanto, os eventos de maior atração de público, que são as procissões e os eventos culturais, começam a se intensificar duas semanas antes dessa data.
Segundo Márcio Bellesi, a procura por hospedagem “está altíssima”. “Acho que o Círio deste ano será bem maior (vai atrair mais público) do que no ano passado. Pois no ano passado ainda havia uma ressaca da pandemia e as pessoas estão mais dispostas a viajar agora, percebo isso”, avalia o empresário.
Este será o segundo Círio oficial após a pandemia pela Covid-19. A maior festividade de fé do Brasil em número de participantes, foi iniciada em 1973 e, em mais de dois séculos, só foi interrompida pela pandemia, tendo sido suspensa nos anos de 2020 e 2021.
A expectativa é que a procura por hotéis será maior este ano em relação a 2022, já que, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em maio deste ano o fim da emergência da saúde pública de importância internacional em relação à Covid-19.
“Durante o Círio sempre falta acomodação. Qualquer hotel da cidade fica lotado, do mais simples ao mais luxuoso”, acrescenta Márcio Bellesi.
Já que o Cìrio é a alta temporada da cidade, os valores das diárias são, geralmente, 50% mais caros do que o normal. Mesmo assim, não falta, clientes. “As reservas começaram no primeiro semestre deste ano. Mas sempre ficam uns 10% de vaga para os que procuram na última hora”, afirma.
A antecedência na reserva das acomodações não acontece por acaso. Pois os turistas também compram as passagens áreas com antecedência para garantir a viagem e preços melhores junto às companhias. “A hospedagem está vinculada à passagem aérea, que é cara para Belém. A maioria (dos turistas) já comprou a passagem pelo menos três a quatro meses antes do Círio”.
Já a perspectiva de Toni Santiago, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) no Pará, é diferente. Entre os 12 estabelecimentos filiados à entidade a taxa média de ocupação está em 60%, com destaque à procura maior pelos hotéis localizados no percurso das procissões, ou seja, nas Avenidas Nazaré e Presidente Vargas e Praça Frei Caetano Brandão (em frente à Catedral da Sé)
“O movimento ainda é considerado fraco para o período. Os hotéis que ficam no trajeto da procissão são os mais procurados. A taxa média de ocupação nesses hotéis ainda está em torno de 60%”, afirma, referindo-se aos hotéis próximos da rota do Círio. Já em relação aos estabelecimentos que não ficam próximos aos locais em que acontecerão as atividades do Círio, a avaliação é de lotação em 50%, atualmente.
Segundo Toni, o custo elevado das passagens aéreas tem tornado a demanda um pouco menor do que o esperado pelos empresários do setor para a festividade que está a menos de dois meses para acontecer. “Temos um problema grande com a malha aérea e suas tarifas. Observamos que os preços das passagens aéreas estão limitando muito a procura do hóspede. Notamos um aumento significativo a cada ano no turismo rodoviário para escapar dos preços elevados das companhias aéreas. Muitas agências optam por chegar a Belém de ônibus de turismo”, acrescenta.
No entanto, não há motivo para desânimo e o trade turístico aposta que a intensificação vá ocorrer nos próximos dias. “A procura está começando a se intensificar. Achamos que mais próximo ao evento a taxa média deve ficar em torno de 85%”, acredita.
Com informações de O Liberal.
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