Apenas em 2021, o Pará foi responsável por 5,6% do PIB da indústria nacional. Por isso, no dia da indústria, a plataforma Belém Negócios trouxe empresas que representam inovação, sustentabilidade e desenvolvimento no setor industrial paraense; confira

O Pará foi responsável por 5,6% do PIB da indústria nacional em 2021, o equivalente a R$111,3 bilhões. Além de ser o 9º estado mais populoso do Brasil, o Pará também é o 9º maior PIB do país, com R$240,1 bilhões.
Dentro dessa perspectiva, os principais setores da indústria no Estado são: Extração de minerais metálicos (68,7%), serviços industriais de utilidade pública (11,5%), construção (9,4%), metalúrgica (3,5%) e alimentos (3,0%).
Segundo o Portal da Indústria, 15,5% das exportações efetuadas pelo estado são resposabilidade da indústria. Além disso, em 2023 o estado do Pará exportou US$ 3.456 milhões.
Em meio aos crescentes números da indústria paraense, novas empresas estão se destacando na produção de produtos sustentáveis, orgânicos e amazônicos. Pesquisas da Opinion Box, realizada com 2.200 homens e mulheres de todo o Brasil, revelou que 81% dos participantes se sentem mais satisfeitos ao comprar produtos sustentáveis.
Além disso, 82% dos respondentes afirmaram que empresas que possuem práticas sustentáveis têm mais chances de conquistá-los como clientes. O relatório também destaca que 54% das pessoas também não comprariam de uma empresa que estivesse ligada a casos de agressão à natureza.
Por isso, no dia da indústria, a plataforma Belém Negócios trouxe 5 empresas que representam inovação, sustentabilidade e desenvolvimento no setor industrial paraense.
Opulence Joias
Jamille Rubian, empresária graduada em design de moda e com especialização em design de joias, desenvolveu a Opulence Joias, uma empresa especializada em projetar e fabricar joias personalizadas.
Natural de Santa Catarina, a empresária chegou a Belém após 12 anos trabalhando com ourivesaria no Sul do país. Na capital paraense, Jamille se conectou com outros fabricantes e desenvolveu a Opulence.
“O meu desenvolvimento consiste em pesquisa de materiais e a venda. Eu faço toda essa parte de criação do produto através do software 3D. Então, eu faço todas as dimensões, espessuras, volumes, toda essa parte. E encaminho o meu arquivo de projeto para o meu fornecedor que executa a produção. Ele vai fazer a impressão 3D do meu protótipo e depois ele faz a fundição desse protótipo, que é um material que dá lugar ao ouro, no caso fundido. A peça sai pronta exatamente como eu projetei no computador”, explica a empresária.

A personalização das peças é o principal serviço da marca. Jamille explica que quando necessário, a construção da joia ocorre junto com o cliente, para que a peça expresse exatamente o que ele deseja. Nosso escritório é bem personalizado e foi pensado para que quando precisamos fazer uma joia bem individualizada com o cliente, a gente desenvolve junto com o cliente. Alteramos, desenhamos como o cliente deseja para expressar, de fato, o sentimento que ele quer transmitir através dessa joia”.
Além da personalização, a empresária visa o desenvolvimento de joias que traduzam as belezas naturais, a cultura e a riqueza da região amazônica, para a Conferência do Clima que ocorrerá em Belém, em 2025.
“Com a chegada da COP-30, a intenção é explorar mesmo a cultura e trazer isso, toda essa leitura para a joia. O plano daqui para frente, é fazer uma junção do nosso trabalho com a cultura local. Então, transmitir através das joias personalizadas e produzidas toda a riqueza regional do lugar para ter visibilidade”, detalha Jamille.
Bioilha
A Bioilha é uma fábrica especializada na produção de cosméticos naturais. Localizada em Belém, a indústria fabrica argilas naturais; óleos vegetais de Castanha do Pará, Copaíba, Andiroba e mais; manteigas de Murumuru, Bacuri e Ucuúba para cabelo e pele. Além disso, a Bioilha também possui kits de beleza e produtos para skin care, em sua maioria fabricados a partir de ingredientes naturais da Amazônia.

Criada por Danielly Leite, em 2020, a empresa trabalha com atacado e varejo, além de enviar para todo o Brasil. “Em março de 2023, eu aluguei um galpão onde hoje é a fábrica. Por isso, eu digo que a fábrica começou com R$300, pois se eu não tivesse tomado a decisão de começar a produzir os sabonetes, hoje não seríamos uma indústria. Hoje temos um químico na equipe e mais 8 pessoas na fábrica. Todas as receitas da Bioilha são autorais e afirmamos que hoje somos a primeira fábrica de cosméticos naturais de Belém do Pará”, detalha a empresária.
A empresa é conhecida pela inovação no que diz respeito a cosméticos naturais. Danielly detalha planos para que a empresa continue em desenvolvimento nos próximos anos. “Queremos desenvolver algumas matérias primas para a produção dos cosméticos. É o caso da partícula esfoliante a partir do caroço do açaí, que já está em teste. Nosso objetivo é ser uma referência em cosméticos naturais, desenvolvimento de matérias prima ecológicas e inteligentes para o cuidado da pele. Em resumo: queremos ser o laboratório da Amazônia quando se trata de cosméticos naturais”.
Além disso, a empresária contou em primeira mão para o Belém Negócios que até a COP-30, a empresa planeja desenvolver uma nova linha completa de cosméticos intitulada “O Poder da Amazônia”. A nova linha explorará o poder e a riqueza natural da Amazônia através do desenvolvimento de novos produtos a partir da andiroba, pracaxi e copaíba.
Amazfruta
Surgindo a partir da ideia de que a alimentação muda a qualidade de vida das pessoas, a Amazfruta foi criada em 2023 com o objetivo de desenvolver produtos de matéria prima vegetal, sem adição de açúcar e com a devida qualidade nutricional.
Criada pela empresária Andréa Pinto, a empresa atua no beneficiamento de frutas amazônicas produzindo barras de frutas, geleias e alimentos desidratados que não perdem o valor nutricional. Além de todo o fator nutricional, nós também queremos que as pessoas entendam como comemos esses produtos aqui. O nosso desejo é que as pessoas encontrem a nossa cultura dentro dos nossos produtos. O jambu e a pupunha desidratados podem ser reidratados e consumidos da forma que o paraense gosta de comer”, detalha a empresária.
A matéria prima da empresa vem, em partes, do pequeno produtor rural da Amazônia. Os produtos passam por um processo de desidratação, com controle de temperatura e tempo. Após isso, é realizado um resfriamento a temperatura ambiente e os produtos, por fim, são embalados.

Para o futuro, a empresa pretende expandir os horizontes, investindo cada vez mais na Amazônia. “Queremos estar numa área mais rural, nós temos vontade de ter o nosso fluxo totalmente da Amazfruta, desde o plantio até o produto final. Para o nosso futuro queremos cada vez mais investir nas frutas e ervas amazônicas e fazer com que esses produtos se tornem produtos reconhecidos. Queremos que as pessoas possam substituir esses produtos industrializados pelos nossos produtos naturais e fazer com que as pessoas consumam frutas no seu dia a dia de formas diferentes”, compartilha a empresária.
“A COP-30 com certeza é uma oportunidade enorme, principalmente para nós que queremos crescer. Eu acredito muito no evento e estou buscando ao máximo informações e conexões, para que a Amazfruta esteja presente no máximo de eventos possíveis. Creio que será um momento de mostrar a nossa marca e nos nossos objetivos e quem sabe fazer parcerias também”, finaliza Andréa.
Manioca
Criada por Joanna Martins, a Manioca, surgiu a partir da vivência da empresária fora do estado do Pará, onde a culinária da região era considerada “exótica” para a maioria das pessoas. Quando, em 2014, a Manioca foi fundada comercializando ingredientes tradicionais amazônicos para chefs e restaurantes. Em 2016 o Paulo Reis, que já havia atuado em vários projetos de desenvolvimento com comunidades ribeirinhas, se engajou no negócio, tornando-se sócio.
Com o tempo, a empresa passou a desenvolver produtos que chegassem diretamente ao consumidor final. “Fazemos isso adquirindo ingredientes de pequenos produtores da agricultura familiar e de povos e comunidades tradicionais, apoiando o desenvolvimento de 42 famílias, com capacitação, assistência técnica e monitoramento do impacto ambiental. Acredito que esse é um grande diferencial da Manioca, pois queremos que tudo que fazemos não seja só bom para gente, sócios ou funcionários, mas também para região como um todo e seu povo, o que consequentemente vai ser melhor para o planeta”, comenta a empresária.

Com produtos práticos e naturais como farofas, tucupi, molhos de pimenta e shoyu amazônico, a Manioca chega a diversos estados do Brasil, com foco comercial em São Paulo, Paraná e Pará. A empresa também exporta para os Estados Unidos e a França.
“Nosso objetivo atual é focar no crescimento do negócio expandindo pontos de venda, através da parceria com a ajinomoto que está colocando toda a sua força comercial a nossa disposição e ajudando assim a chegarmos a casa de todo brasileiro que quer comer bem e fazer o bem”, finaliza a empresária.
Itapaiuna Alimentos
Atrelando a inovação ao desenvolvimento da indústria, Katia Wensing, catarinense que mora no Pará desde 2003, está a frende do Frigorífico Itapaiuna Alimentos, que foca na logística de distribuição dos produtos.

"Compramos suínos tanto de produtores locais quanto de granjas no Estado do Mato Grosso e distribuímos os animais já terminados em todas as regiões do Baixo Tocantins, bem como na região metropolitana de Belém", explica Katia.
A partir da experiência ao desenvolver o frigorífico, a empresária percebeu uma lacuna no mercado paraense e decidiu criar o primeiro frigorífico de abate de suínos do Pará. "Com o intuito de resolver um problema grave em nosso Estado, que é o abate clandestino de suínos, estamos desenvolvendo o projeto do primeiro frigorífico de abate de suínos do Pará. Esse projeto visa trazer mais segurança alimentar para a população, além de seguir práticas de bem-estar animal", detalha a empresária.

Segundo Katia, o projeto já conta com o apoio de diversas secretarias estaduais, além de um incentivo de 90% de redução no ICMS. Paralelamente ao desenvolvimento do frigorífico de abate de suínos, a empresa está desenvolvendo também uma granja suína e um projeto de tratamento de dejetos gerados pelo abate.
"Também abordaremos o tratamento dos dejetos gerados pelo abate irregular de suínos. Paralelamente, estamos investindo em uma granja suína com capacidade para mil matrizes. Esse projeto busca parcerias com a agricultura familiar, fornecendo leitões para criação e garantindo a compra dos animais terminados", finaliza a empresária.
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