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Mineradora dá Passo para Garantir Exploração de Bauxita no Pará

No passado, a empresa chegou a produzir até 18 milhões de toneladas métricas de bauxita por ano



(Bloomberg) - As autoridades brasileiras finalmente concordaram em analisar os pedidos de permissão da MRN para explorar mais bauxita e se manter como o maior produtor nacional da matéria-prima alumínio.


A MRN, cujos acionistas incluem Vale SA e South32, entrou com pedidos de licenciamento pela primeira vez em 2019, na tentativa de expandir a vida útil de suas minas em cerca de 15 anos, até 2042. Mas foi somente em outubro deste ano, após a empresa cumprir exigências, que as autoridades ambientais concordaram em dar início formal ao processo de análise do Estudo de Impacto Ambiental, disse o CEO Guido Germani.


“O processo de licenciamento é complexo porque envolve o bioma amazônico e a consulta prévia de comunidades quilombolas”, disse ele em uma entrevista.



O plano para explorar mais jazidas na Amazônia enfrenta oposição de algumas comunidades locais e pode sofrer maior escrutínio do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu priorizar a preservação ambiental.


Germani espera obter a primeira das três licenças necessárias até o final de 2023, após realizar audiências públicas, evitando assim uma queda acentuada na produção ou descontinuidade. Sua confiança se baseia na importância da MRN para o abastecimento do alumínio brasileiro, metal fundamental para a transição energética. No ano passado a empresa respondeu por 35% da produção nacional, segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).


A MRN, que produz a bauxita que alimenta as refinarias de alumina da Alumar e da Alunorte, é o último ativo que resta no pipeline de desinvestimentos da Vale. A concessão da licença removeria um possível obstáculo para a Vale vender sua participação de 40%. South32 tem 32%, enquanto Grupo Rio Tinto., Cia. Brasileira de Alumínio e Norsk Hydro ASA têm participações de 12%, 10% e 5%, respectivamente


No passado, a empresa conhecida formalmente como Mineração Rio do Norte chegou a produzir até 18 milhões de toneladas métricas de bauxita por ano. O volume caiu para 12,5 milhões de toneladas para evitar escassez do produto enquanto espera pelas licenças.


Inicialmente, a produção ficaria em torno do nível atual mesmo com as novas minas, disse Germani. Ele não vê margem para recuperar o mercado perdido para a Guiné nos últimos cinco anos.


O Brasil foi o quarto maior fornecedor global de bauxita no ano passado, com uma participação de mercado de 8%, atrás apenas da China, Guiné e do maior produtor, a Austrália, mostram dados compilados pela BloombergNEF. No ano passado, 64% da bauxita da MRN foi para refinarias brasileiras, 16% para plantas na América do Norte e 20% para a Europa.



O complexo da MRN, incluindo novas áreas a serem mineradas, está localizado na Floresta Nacional de Saracá-Taquera, no estado do Pará. Para evitar a construção de novas barragens de rejeitos, um dos temores da população local, a empresa propõe usar a tecnologia de Consolidação Mecânica Acelerada para secar os resíduos.


*Fonte Bloomberg e Yahoo Finanças


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