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Investidores criam marketplace de cannabis medicinal no Brasil

Foto do escritor: Rodrigo SouzaRodrigo Souza

Atualizado: 12 de set. de 2021

Ex-diretor-executivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e os fundadores da Adventures criam uma plataforma focada na comercialização de remédios a base de cannabis. As informações são do NeoFeed


Allan Paiotti (à esq.), CEO da Cannect, e Fernando Domingues, presidente do conselho

A ideia é que qualquer remédio de cannabis medicinal prescrito por um médico seja encontrado na plataforma que começa com um site e depois ganhará um app.


A plataforma, que nos últimos três meses vinha funcionando de forma experimental, visa resolver algumas dores dos usuários e dos médicos. “Somos um marketplace inclusivo. Já nascemos com 200 produtos disponíveis de um portfólio que mapeamos no Brasil de cerca de 350 produtos”, diz Allan Paiotti, que deixou o comando do Oswaldo Cruz em abril e se tornou o CEO da startup.


“Temos uma cabeça de healthtech para trabalhar a relação entre o paciente, o médico e o fornecedor”, afirma Paiotti. Isso, diz ele, é traduzido pelos serviços embarcados.


Se o paciente não tiver uma prescrição para comprar o remédio, a Cannect dispõe do serviço de teleconsulta fornecido pela Conexa Saúde. Dependendo do caso, o médico gera uma prescrição que vai para a plataforma e a startup cuida de toda a jornada. “Pegamos a prescrição, aprovamos junto à Anvisa, fazemos a intermediação de compra e entregamos na casa do cliente”, diz o CEO da Cannect.


O complicado trâmite é um dos maiores entraves para a popularização dos remédios a base de cannabis medicinal. Paiotti conta que uma das grandes reclamações dos médicos é que, ao prescrever o uso da cannabis medicinal, “começa a dor de cabeça deles”.


A plataforma Cannect pretende abranger todo o universo da cannabis

Isso acontece porque o paciente não encontra o produto, ou porque é caro e ele não tem opção, ou porque é burocrático e tem que aprovar na Anvisa. Um medicamento demora, em média, 25 dias para chegar na casa do cliente. A Anvisa pede até 10 dias úteis para aprovar a prescrição do paciente.


A Cannect, dizem seus fundadores, está fazendo um trabalho de curadoria dos produtos disponíveis na plataforma. Mas os sellers não podem vender diretamente. Tudo passa pela plataforma, que faz o meio de campo e ganha um percentual sobre as vendas.


“No futuro, em uma segunda etapa, a Cannect pretende criar assinaturas”, diz Fernando Domingues, o idealizador da plataforma e chaiman da startup. Nesse modelo, o paciente teria uma consulta mensal e a entrega do medicamento.


Os usuários desse tipo de remédio não são pacientes com um problema pontual, eles têm, em sua maioria, doenças crônicas e precisam usar o medicamento por um longo período. “Não é um negócio fitoterápico, paz e amor, alternativo. É medicina, tem contraindicação, tem efeitos de combinação com outros medicamentos. Tem rigor médico”, diz Paiotti.


Há diversos estudos que mostram que a cannabis medicinal, com seus extratos de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), tem aplicações consistentes em saúde mental, em dores crônicas, em neurologia, neuropediatria e saúde do esporte. Vale lembrar que durante os Jogos Olímpicos de Tóquio o uso do canabidiol foi liberado para os atletas.


Além do foco no cliente final, no B2C, a Cannect também está em conversas com clínicas, laboratórios e hospitais para vender diretamente a eles – em quantidades maiores. Mais: outra linha de negócios que a companhia pretende avançar é em alimentos e suplementos, roupas e até medicamentos para pets.


Os empreendedores estão de olho em uma indústria gigantesca. Só no ano passado, estima-se que a cannabis legalizada movimentou cerca de US$ 20 bilhões nos Estados Unidos – metade medicinal e a outra metade para uso recreativo.

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