Rede já tem 200 unidades fora do Brasil e aposta em modelo de joint venture com master franqueados para capturar lucros; as informações são da InfoMoney
A rede de franquias de açaí Oakberry captou R$ 50 milhões por meio de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). Parte dos recursos será usada para a compra de polpa de açaí de ribeirinhos e cooperativas que coletam a fruta na mata nativa no estado do Pará. Para escolher as cooperativas, a Oakberry contratou uma certificadora que utiliza critérios que vão desde o desmatamento até se os filhos dos trabalhadores são matriculados em escola.
Com cerca de 600 unidades no mundo, sendo 400 no Brasil e 200 no exterior, a Oakberry — rede de franquias de alimentação rápida e saudável cujo principal produto é o açaí — deve buscar novos recursos para acelerar sua estratégia de crescimento, que inclui abertura de lojas próprias e recompra de franquias.
Ao InfoMoney, a marca abriu com exclusividade que Espanha e Portugal serão o foco em 2023 — em ambos os países, a rede já tem ao todo 44 unidades. A Oakberry mais do que dobrou sua presença na Europa entre 2021 e 2022, aumentando de 5 para 13 o número de países onde opera na região.
No ano passado, abriu 37 lojas no velho continente, indo de 25 a 62 pontos de venda — e a expectativa para este ano é inaugurar mais 50 unidades, chegando a mais de 110 localidades, que incluem Holanda, Irlanda, Romênia e Polônia.
O esforço reflete uma explosão de vendas brutas, que triplicaram na Europa entre 2021 e 2022. As vendas médias tiveram um avanço de 22,8% na mesma base de comparação e, no conceito SSS (same store sales ou vendas em mesmas lojas, que desconsideram as unidades que abriram no ano passado), o percentual de crescimento foi de 46%. As 200 lojas no exterior já correspondem a 70% da receita total da empresa.
“Somos uma franqueadora brasileira com DNA gringo”, disse Georgios Frangulis, fundador e CEO da Oakberry, em entrevista ao InfoMoney. “O mercado agora não está tranquilo para captação, mas a ‘Oak’ é uma empresa que gera caixa desde o dia zero. Ela entrega crescimento de três dígitos ou próximo disso ano contra ano desde que a gente abriu o negócio.”
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“Então, faz sentido que a gente busque alguma coisa de captação para justamente reforçar a nossa tese de alocar capital via lojas próprias e JVs [joint ventures] com parceiros em outros países. A gente não tem nenhum processo correndo nem nada, mas é algo que a gente considera sim, porque no fim do dia é algo transformacional para o tamanho da companhia”, completou.
No ano passado, a ‘Oak’ emitiu um CRA (Certificado de Recebível do Agronegócio) verde no valor de R$ 50 milhões, destinados à compra de polpa de açaí de ribeirinhos e cooperativas no Pará. A operação teve respaldo da JGP, gestora de André Jakurski, conhecida por levar a sério os critérios ESG (meio ambiente, social e governança) do mercado.
“Foi uma união de fatores positivos que fez com que a gente conseguisse levantar esse CRA num momento que o mercado já estava mal. E foi rápido, porque era um CRA que fazia muito sentido. A cadeia toda do açaí é essencialmente ESG. Para o açaí nativo ser colhido na Amazônia, a floresta tem que estar preservada e o ribeirinho não pode ter cortado a palmeira para usar o palmito e não para colher a fruta. É uma maneira de forçar a preservação, ajudando as cooperativas e a população local”, afirma Frangulis.
Conteúdo completo: InfoMonay
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