Especialistas falam sobre as startups e os perfis de profissionais que elas procuram
A presença de startups no mercado atual é visível. O crescimento desse tipo de empresa ocorre por causa de sua natureza inovadora. O próprio nome já diz: é começar algo.
Por isso, para entrar nessa área, segundo Luana Lourençon, Coaching de Carreira e fundadora da Assertiva Carreira e Desenvolvimento, “é necessário encarar as mudanças como algo bom e estar sempre disposto a aprender”. Afinal, a metodologia dessas organizações sempre vai exigir adaptabilidade e resiliência do profissional.
A especialista publicou um artigo revelando quais são as principais características de um profissional apto a trabalhar em empresas com alto potencial de crescimento.
As startups são empresas emergentes no mercado e que trabalham com modelos de negócio focados na inovação.
Hoje elas já conquistaram um espaço importante no cenário corporativo e se tornaram o objetivo de carreira de profissionais de diversas áreas. Isso acontece, principalmente, porque são empresas que acompanham com mais facilidade as mudanças pelas quais o mundo passa, entrando em sintonia com os valores de jovens que estão ingressando agora no mercado.
No início do mês de outubro, Luana abordou estes tópicos em um bate-papo com a Ana Plentz, COO da 49 Educação. A seguir, publicamos o resumo da nossa conversa, mas se você quiser conferir a live completa, basta acessar a gravação no YouTube.
Afinal, o que é uma startup?
Trazendo um pouco das considerações da Ana sobre o conceito de startup, podemos começar a entender como funciona esse modelo de empresa a partir do próprio significado da palavra, que nos remete a “colocar algo em movimento” ou “começar algo”.
Os autores referência em startup definem esse tipo de empresa como aquelas que buscam um modelo de negócio repetível e escalável, que, mesmo em um contexto de extrema incerteza, trabalha com previsibilidade de faturamento e oferece uma solução inovadora para o mercado.
“A startup quer solucionar um problema com ideias que nunca foram pensadas antes. A startup está sempre em movimento, sempre se adaptando às incertezas.” (Ana Plentz)
A relação das startups com a inovação
É muito comum que as startups sejam relacionadas a um ambiente de tecnologia e inovação, e isso não acontece por acaso. Essas empresas estimulam seus profissionais a pensarem fora da caixa, o que é um primeiro passo muito importante para que surjam ideias completamente diferentes de tudo que já existe.
“Ter esses núcleos de inovação dentro das empresas é muito importante porque a pessoa se sente livre para pensar, sem ser julgada por pensar de forma diferente”. (Ana Plentz)
Outra questão interessante mencionada por ela durante nossa conversa diz respeito aos tipos de inovação. Existem 4 tipos de inovação que podem orientar a metodologia de trabalho de uma startup. Ligados essencialmente ao mercado e à tecnologia, são eles:
● Incremental: quando o mercado já existe e tecnologia também, mas esta última pode ser aprimorada;
● Disruptiva: quando o mercado já existe, mas minha empresa busca solucionar um problema dele, desenvolvendo uma nova tecnologia;
● Arquitetônica: quando uma tecnologia que já existe é adaptada para solucionar um problema de um novo mercado;
● Radical: quando há um novo mercado e uma nova tecnologia, passando por uma transformação maior.
A lógica das metodologias ágeis
Além de pensar de forma inovadora ao oferecer soluções para o mercado, os processos de trabalho dentro das startups também são bem diferentes dos que são comuns em empresas mais tradicionais.
As metodologias ágeis pregam pelo melhor desempenho e pela redução de desperdícios nos processos.
“A Toyota inovou com a metodologia Lean, entregando os carros conforme a demanda, sem estoques enormes e que davam muito trabalho. Depois disso, o Lean Office trouxe essa agilidade também para os processos administrativos”. (Ana Plentz)
Assim como explicado pela Ana, a agilidade das startups vem de uma inconformação com alguns processos muito travados de empresas mais tradicionais, chamados por ela de “disfunção burocrática”. Ou seja, as empresas mais inovadoras buscam lidar melhor com as burocracias, sempre testando e validando qualquer ideia antes de partir para a aplicação.
As competências do profissional de startup
O que muda em relação ao profissional de empresas tradicionais para o de startup? De acordo com a Ana, o cenário incerto (principalmente no início da empresa) exige um profissional com extrema adaptabilidade e resiliência.
“Você não tem um job description bem definido, com os processos listados. Na startup, você não sabe muito bem qual é o seu papel, você pode estar fazendo comercial em um mês e, no outro, marketing.” (Ana Plentz)
É necessário encarar as mudanças como algo bom e estar sempre disposto a aprender.
“É importante ter empatia para escutar o cliente e os colegas, porque os processos não estão definidos. Você vai fazer isso do começo, você vai dizer como os processos devem ser feitos”. (Ana Plentz)
Sendo assim, para quem trabalha em uma empresa tradicional e deseja migrar para uma startup, o mais importante é entender que as competências comportamentais são muito mais importantes do que as competências técnicas.
Isso acontece porque a vontade de fazer as coisas acontecerem é um grande diferencial, mas também é algo que não pode ser ensinado. Essa atitude deve partir da natureza de cada um, e é ela que os recrutadores de startups estão buscando.
“Para trabalhar em uma startup você tem que ser apaixonado por fazer diferente, por tocar a vida das pessoas de maneira diferente.” (Ana Plentz)
Como saber se a carreira em startup é para você?
Como vimos, a principal diferença de trabalho entre uma startup e uma empresa tradicional está na metodologia que cada uma delas segue. Para quem trabalha nos moldes tradicionais e deseja migrar para um modelo mais inovador, é preciso entender que essa também é uma transição.
Em qualquer transição de carreira, é fundamental recorrer ao autoconhecimento antes de tomar qualquer decisão. Isso porque nem todo profissional se adapta aos processos de uma startup, enquanto outros se encontram neles.
“Se você estiver disposto, você vai conseguir fazer essa transição tranquilamente. Mas é muito importante ter a mente aberta, ter essa paixão e querer mudar.” (Ana Plentz)
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