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Vale Atende Pedido De Elon Musk E Ignora Apelo De Indígenas

Enquanto a Vale aumenta a produção de níquel e procura potenciais clientes que querem produzir baterias para carros elétricos, indígenas lutam para impedir poluição de rio


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Vista aérea da unidade operacional Onça Puma, em Ourilândia do Norte (PA). Crédito: Divulgação

O níquel da Onça Puma, subsidiária da Vale, em Ourilândia do Norte, no Pará, poderá ser vendido para produção de veículos elétricos da Tesla. Pelo menos é o que a Vale quer. Empresa anunciou que está preparada para fornecer material altamente procurado pelas grandes montadoras. A finalidade: transformar o níquel em condutores de energia para baterias de carros de luxo. Mas só tem um problema: Elon Musk 'só vai comprar se a extração for ambientalmente correta'.


A mineração e as terras indígenas


Em 2020, a Vale, MPF e indígenas fizeram acordo preliminar sobre a Onça Puma, subsidiária da Vale, localizada no município de Ourilândia do Norte, no Pará.


A Vale, o Ministério Público Federal (MPF) e os indígenas Xikrin e Kayapó fecharam um acordo preliminar sobre os impactos sociais e ambientais nas terras indígenas causados pela Onça Puma, subsidiária da Vale que explora níquel. Segundo o MPF, o acordo previa um repasse da mineradora aos indígenas de um valor superior a R$ 26 milhões e a suspensão, por um ano, do processo judicial movido pelo órgão e por associações dos indígenas contra a empresa.


O MPF afirmou que, neste prazo de um ano, deveria haver tratativas sobre a contaminação e a despoluição do rio Cateté.


Um ano depois, a Vale paralisou novamente as operações em Onça Puma após decisão judicial. A secretaria de meio ambiente do Pará disse que a licença de operação foi suspensa por não cumprimento de condicionantes. Mas no mesmo mês, a empresa conseguiu suspender a liminar pelo STJ e retornou às atividades da mina de níquel Onça Puma.


Produção de carros elétricos e o fornecimento de níquel


Em janeiro de 2021, a Tesla bateu recorde de produção, alcançando a marca de 500.000 carros elétricos produzidos. Em abril do mesmo ano, a empresa que vale mais de US$ 1 trilhão, anunciou a projeção de mais de 1 milhão de veículos, só em 2021. A demanda da matéria prima aumentou consideravelmente. Por isso, as empresas estão negociando o fornecimento do níquel que a Vale continua extraindo no Pará.


A Tesla, assim como outras grandes empresas de tecnologia, enfrentam problemas graves na cadeia de suprimentos. Mas o que estão fazendo para reverter?


Em julho de 2020, o presidente-executivo da fabricante de carros elétricos Tesla, Elon Musk, fez um apelo às mineradoras globais para a ampliação da produção de níquel.


“A Tesla lhes dará um contrato gigante por um longo período se vocês produzirem níquel de maneira eficiente e ambientalmente correta”, afirmou Musk à época.


Em dezembro de 2021, o jornal Folha de São Paulo destacou o interesse da Vale sobre o fornecimento da matéria prima.


“Os clientes neste mercado de rápido crescimento querem níquel de alta pureza e fonte responsável, e a Vale está pronta para fornecê-lo. Estamos vendendo cerca de 5% de nosso níquel classe I para a cadeia de suprimentos de veículos elétricos e esperamos que este percentual cresça para 30% a 40% nos próximos anos”, afirma a Vale em nota.


Segundo reportagem publicada pelo jornal Financial Times, a Vale pretende se tornar fornecedora-chave de materiais de bateria para montadoras como Tesla, Ford e General Motors. A empresa também se considera a líder mundial na produção de níquel responsável.


“Achamos que podemos ser a escolha de fornecedor”, disse o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, ao jornal britânico. “Mas precisamos produzir. Precisamos aumentar a produção. Isso é fundamental”, completou.


A estratégia buscaria fazer com que a companhia não fosse reconhecida apenas pelo minério de ferro, e também alcançasse destaque na área de metais associados à transição energética, como cobre e níquel.


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