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Se Eu Fosse Empreender, Empreenderia Em Uma Dark Kitchen


Se Eu Fosse Empreender, Empreenderia Em Uma Dark Kitchen
Guilhermo Aita, colunista do Belém Negócios

"É nisso que os grandes investidores do setor de restaurantes e franquias do mundo estão de olho"


Ao escutar este nome, você deve ter imaginado logo que estaríamos falando de alguma reinvenção dos bares secretos americanos que nasceram após a implantação da lei seca de 1920, onde se consumiam bebidas alcoólicas de festas.


Mas, pode ter certeza, as Dark Kitchen não tem nada a ver com isso, e nem o mesmo glamour histórico, assim como, o que acontece dentro delas não é tão divertido quanto as festas de “O Grande Gatsby”, escrito por F. Scott Fitzgerald.


As Dark Kitchen estão mais para um “das sobras para a sua mesa”. Todos nós sabemos que, antes da pandemia, o consumidor faminto tinha duas escolhas: pedir a comida ou atravessar a cidade para comer o seu prato favorito, se o restaurante não estivesse no raio de entrega do delivery.


Contudo, veio o confinamento das pessoas, e você só poderia consumir o que estava no raio de alcance do seu aplicativo favorito. Então, tínhamos de um lado o consumidor que não queria ver sua comida chegar fria, e do outro o empresário que não queria perder vendas, já que seu ponto físico estava fechado.


Foi então que alguém viu a oportunidade de investir no modelo de negócio chamado Dark Kitchen, ou seja, criar grandes espaços espalhados pela cidade, onde os restaurantes pudessem instalar as suas cozinhas, como se fosse um grande coworking de cozinhas, só para atender o delivery e sem salões para atendimento presencial de clientes.


E a pergunta que vem é: qual a diferença para nós consumidores, entre a Dark Kitchen e o restaurante tradicional?


Bom, nenhuma. Para aqueles que iam aos restaurantes unicamente pela comida boa, não sentiram qualquer diferença entre um que tem ponto físico e usa sua cozinha e outro que usa uma Dark Kitchen.


A diferença começa a surgir quando você vai ao restaurante não só pela comida, mas pela experiência que vai viver no local. O que me parece, é que, a ideia dos espaços conceitos focados na experiência do consumidor, que já vemos em outros mercados através de “lojas conceito”, especialmente aqueles dominados por grandes varejistas, pode ser aplicado mais fortemente no mercado de restaurantes.


Já imaginou um restaurante oferecer pelo delivery a comida que você ama, mas você também poder escolher ir ao ponto físico dele, não só pela comida, mas sim pela experiência que vai ter, que poderão ser intitulados verdadeiramente de “show gastronômico”.


Me parece que podemos ter mais a frente uma era de ouro e de revolução no mercado de restaurantes.


MAIS VELHO DO QUE ANDAR PARA FRENTE


Para aqueles que acham que a Dark Kitchen surgiu na pandemia, estão muito enganados. Os aplicativos de comida como Ifood, Happi e outros espalhados pelo mundo promovem este conceito de negócio há muito tempo.


Primeiro, porque é a forma de criar um ecossistema em torno do seu produto – entrega – Segundo, como uma forma de melhorar a experiência do cliente. Pois, se uma comida chega fria ou demora, não é culpa do restaurante ou de onde ele está, mas sim do motorista do aplicativo que demorou muito.


No mercado brasileiro, a Rappi foi a pioneira no conceito. Foi a primeira empresa a abrir e administrar Dark Kitchen, chegando a marca de 100 Dark Kitchen neste ano de 2021, espalhados por cidades como São Paulo, Campinas, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Recife.


E para aqueles que acham que as Dark Kitchen serão passageiras, são complexas e que vender só para delivery não dá certo, Ana Szazs, a executiva da área de Restaurantes da Rappi Brasil, diz que as Dark Kitchen promovem uma redução de 30 a 40% nos custos, quando o foco do restaurante é só o delivery, e não mais o salão.


OS INVESTIDORES ESTÃO DE OLHO!


Pensando nas margens e espaço de mercado das Dark Kitchen, a previsão é de que o mercado global de Dark Kitchen, que é estimado hoje em US$ 43,1 bilhões, chegará a US$ 71,4 bilhões até 2027, mesmo com a redução das restrições de locomoção pelas cidades do mundo. E é nisso que os grandes investidores do setor de restaurantes e franquias do mundo estão de olho!


E para validar este mercado e fincar a bandeira de que há ouro aí, temos o exemplo de sucesso de investimento, o realizado pelo Robert Earl, um dos fundadores da rede Planet Hollywood. Ele investiu na Mr. Beast Burger, um restaurante fast-food apenas online, fundado em conjunto com um YouTuber chamado Mr. Beast.


MrBeast Burger, rede americana de restaurantes fast-food

A lanchonete foi criada no modelo digital e foi lançada com mais de 300 restaurantes virtuais em 35 Estados dos EUA, e em apenas um ano de operação atingiu a marca de mil restaurante, sendo que, apenas 20% de todos os restaurantes abertos até hoje, usam as Dark Kitchen da Earl Industries, ou seja, Dark Kitchen própria do grupo empresarial.


O que se viu ainda, foi a possibilidade de ajudar outros restaurantes que estavam com suas cozinhas subutilizadas através da locação das mesmas, para que o restaurante digital Mr. Beast Burger crescesse de forma exponencial e com baixo custo.


FICA A DICA.


Para quem quer começar no ramo de restaurantes, as Dark Kitchen é a pedida. E para aqueles que na pós-pandemia se viram argolados com as contas pela diminuição das vendas ou pela inflação dos insumos, e por isso não estão conseguido manter o ponto físico com salão, acho que é hora de migrar e tentar novas formas de entregar o seu produto ao público.



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