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Restaurante de paraense faz sucesso ao misturar lamen com tacacá

No Lamen-Açu, receitas da culinária asiática ganharam ingredientes da região Norte e atraem a clientela


Getulio Sasaki, criador do restaurante Lamen-Açu. Foto: Divulgação

O empreendedor Getulio Sasaki, 60 anos, nunca tinha pensado em atuar na área da gastronomia. Mas depois de vir do Pará para São Paulo e ter um restaurante por quilo, resolveu misturar a cozinha do Norte e a culinária japonesa em uma nova empreitada. Criado em 2016, o Lamen-Açu é uma casa japonesa com sotaque amazônico. Seus pratos inusitados, como lamen com tacacá, têm feito sucesso com a clientela.


A jornada de Sasaki começou no interior paraense. Na sua cidade natal, ele trabalhou por muitos anos na Associação Cultural e Fomento Agrícola de Tomé-Açu (ACTA), já que é agrônomo de formação. Tomé-Açu foi o destino dos primeiros imigrantes japoneses na Amazônia, e a família Sasaki se estabeleceu lá para trabalhar na agricultura. Em 2010, Sasaki mudou-se para a capital paulista para acompanhar Nancy Fukayama, na época, sua esposa, que tinha familiares na cidade. Foi quando eles abriram um restaurante por quilo, e o empreendedor passou a ter familiaridade com esse ramo.


Seis anos depois, surgiu um ponto ao lado desse restaurante e o casal decidiu investir em mais um negócio: o Lamen-Açu. Na nova casa, passaram a servir pratos nipônicos, tendo como carro-chefe o lamen – receita tradicional que consiste em macarrão oriental, carnes e vegetais mergulhados em um caldo à base de porco, peixe ou frango. O caldo e o macarrão são a dupla essencial e os complementos (vegetais, ovos e outros) mudam.


Justamente para variar é que o Lamen-Açu criou o Amazon Lamen que inclui tacacá, um prato de origem indígena, típico da região amazônica, mais especificamente do Pará. A iguaria é preparada com tucupi — caldo feito a partir de mandioca-brava — goma de tapioca, camarão seco e jambu — erva local conhecida por causar dormência na boca. Leva ainda itens como acelga, broto de feijão e ovo.


Amazon Lamen, feito com ingredientes da Amazônia. Foto: Divulgação

Uma outra opção que funde as cozinhas japonesa e amazônica é o Maniçoba Don. O prato vem à mesa com arroz glutinoso, maniva, carne bovina e suína, paio, carne-seca, vinagrete e farinha de mandioca. “É a ‘feijoada’ paraense, mas sem o feijão”, explica Sasaki. A maniçoba é um prato feito com a folha da mandioca cozida, a maniva, durante uma semana.


Quem passear pelo cardápio vai notar que jambu e castanha-do-pará também fazem parte de algumas receitas, assim como no tambaqui, peixe comum no Pará, e nos sorvetes de açaí, cupuaçu e cajá, servidos como sobremesa.


Maniçoba Don. Foto: Divulgação

Amazônia é chamariz

O proprietário do Lamen-Açu conta que muitos clientes aparecem no restaurante pela curiosidade, querendo conhecer os ingredientes amazônicos. “Mas nem todo mundo tem coragem de experimentar,”, diz. Por isso, também há várias alternativas mais comuns no mundo dos lamens – um dos pratos que mais saem é o Shoyu Lamen, que leva broto de feijão, acelga, cebolinha oriental, ovo, lombo e alga marinha mergulhados em caldo de frango com shoyu.


Sasaki afirma que o movimento do restaurante é variável – durante a semana, é frequentado por quem trabalha na região de Mirandópolis, bairro da Zona Sul paulistana. Nos fins de semana, mais precisamente na sexta-feira e no sábado, as pessoas interessadas em conhecer a culinária diferente e também os clientes fiéis são a maioria dos frequentadores. “Tem muito paraense que mora em São Paulo que vem matar a saudade dos sabores da nossa terra”, afirma Sasaki.


Atualmente, o Lamen-Açu atualmente é o único empreendimento de Sasaki, que fechou o restaurante por quilo em 2021, por causa da pandemia. Ele se diz satisfeito com o movimento que os lamens trazem. A casa fatura cerca de R$ 850 mil por ano, e o empreendedor já pensa em abrir uma segunda unidade.


Conheça o Lamen-Açu

Instagram: @lamenacu



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