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R$ 14,6 bilhões serão investidos na construção da maior mina de potássio na Amazônia

Atualizado: 30 de jan.

A construção da maior mina de potássio do Brasil, no Amazonas, é um projeto ambicioso da Brazil Potash; a jazida pode tornar o Brasil menos dependente dos fertilizantes


Construção do projeto Potássio do Brasil, na cidade de Autazes (AM), localizada a 120 quilômetros de Manaus (Vídeo: Youtube)

A poucos quilômetros da floresta amazônica, na cidade de Autazes (AM), está em construção a maior mina de potássio do Brasil, um projeto ambicioso da Brazil Potash, que promete reduzir significativamente a dependência nacional das importações desse insumo essencial para o agronegócio. 


O nome por trás desse megaempreendimento é Stan Bharti, um empresário indiano-canadense, conhecido por suas operações em minas na África, Mongólia e Canadá. Bharti já investiu US$ 250 milhões no projeto e possui um histórico de sucesso no Brasil, como a compra da mina de ouro de Jacobina (BA), adquirida da Anglo American em 2002 e vendida anos depois por mais de US$ 700 milhões.


A trajetória do projeto 


A jornada do projeto da Brazil Potash começou em 2008, quando Bharti adquiriu da Petrobras os direitos de exploração e estudos geológicos da região. Após um longo processo de obtenção de licenças, a empresa iniciou a construção da mina, que contará com usinas de extração, refinamento, descarte e escoamento do minério, além de um porto.


O investimento total da primeira fase do projeto é estimado em US$ 2,5 bilhões (o que equivale a R$ 14,6 bilhões), que serão financiados com: US$ 1,7 bilhão em project finance (com possibilidade de financiamento pelo BNDES); US$ 400 milhões em equity por meio de uma oferta subsequente; US$ 150 milhões antecipados em royalties; US$ 200 milhões para a linha de transmissão.


Em sua estreia na Bolsa de Nova York, a empresa levantou US$ 30 milhões, mas desde então viu suas ações caírem 50%, acompanhando outras ofertas públicas daquele período. Atualmente, a empresa negocia sob o ticker GRO, com valor de mercado de US$ 250 milhões.


Maior mina de potássio e o impacto estratégico para o Brasil 


A mina de Autazes tem uma importância estratégica para o Brasil. A previsão é que, quando estiver operando em plena capacidade, consiga produzir 2,4 milhões de toneladas anuais de potássio até 2028, o que representaria 20% da demanda nacional. Com a segunda fase do projeto, programada para 2032, a capacidade deve dobrar para 5 milhões de toneladas anuais, cobrindo 40% da demanda brasileira. Atualmente, o Brasil importa 97% do potássio que consome, principalmente de países como Canadá e Bielorrússia. Segundo Bharti, “para continuar alimentando o mundo, o País precisa reduzir essa dependência”.


Vantagens logísticas e comerciais


Um dos grandes diferenciais do projeto é sua localização estratégica, que permite uma drástica redução nos custos logísticos. Atualmente, o transporte internacional de potássio custa cerca de US$ 200 por tonelada, enquanto o transporte local varia entre US$ 80 e US$ 100. A Brazil Potash estima que seu custo de transporte local será de apenas US$ 50 por tonelada, devido à utilização combinada de barcos e caminhões. Para garantir a logística, a empresa firmou um acordo de take or pay com a Amaggi, que transportará 550 mil toneladas de potássio por ano utilizando suas balsas, aproveitando o retorno vazio após a entrega de soja no porto de Itacoatiara. A Amaggi também atuará como representante de vendas da produção excedente.


Perspectivas de mercado 


O mercado de potássio tem mostrado volatilidade nos últimos anos, com preços oscilando entre US$ 200 e US$ 1.100 por tonelada desde 2018. Analistas do banco de investimentos Roth preveem uma recuperação dos preços, impulsionada pela redução da oferta global e o crescimento médio da demanda de 5% ao ano na próxima década.


Desafios e oportunidades da Brazil Potash 


Apesar do potencial promissor, o maior desafio da Brazil Potash é garantir a execução e o financiamento do projeto dentro do cronograma planejado. Bharti reconhece a complexidade da operação: “Somos um dos menores players desse mercado. Precisamos provar nossa capacidade de execução e assegurar os recursos necessários para cumprir o timeline previsto”.



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