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Proposta de isenção do IR para salários de até R$ 5 mil promete aliviar classe média; entenda

Medida busca beneficiar 10 milhões de brasileiros e já mobiliza debates no congresso


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Foto: reprodução

O governo federal anunciou um projeto de lei para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para R$ 5 mil. A proposta, que precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional, pode isentar mais de 10 milhões de brasileiros a partir de 2026.


A mudança faz parte da atualização da tabela do Imposto de Renda, que há anos não acompanha a inflação e acaba penalizando trabalhadores com salários médios. No entanto, para cobrir o impacto dessa isenção, estimado em R$ 27 bilhões, o governo propõe aumentar a taxação sobre os super-ricos, medida que pode gerar resistência no Congresso.


Como a isenção de até R$ 5 mil funciona?

Atualmente, apenas quem ganha até R$ 2.824 está isento do Imposto de Renda. Com a ampliação para R$ 5 mil, trabalhadores nessa faixa deixariam de ter o desconto do IR na folha de pagamento, aumentando o valor líquido recebido no fim do mês.

A advogada tributária Paula Borges explica que, apesar de não ser um aumento salarial, a medida representará um impacto positivo na renda disponível dos trabalhadores.

“A mudança pode resultar em um aumento no valor líquido recebido após os descontos. Isso dá mais poder de compra para as famílias e pode estimular o consumo”, afirma a especialista.

Quem será beneficiado?

Com a nova faixa de isenção, mais de 26 milhões de brasileiros se tornarão isentos do IR. No entanto, a medida beneficia principalmente trabalhadores que recebem entre dois e cinco salários mínimos, já que aqueles com rendimentos menores já estavam isentos.

No Brasil, aproximadamente 32% dos trabalhadores fazem parte desse grupo que será beneficiado com a mudança, enquanto a maior parte da população segue isenta por ter renda inferior a dois salários mínimos.


Como o governo pretende compensar a perda de arrecadação?


Para equilibrar as contas públicas, o governo propõe aumentar a tributação sobre os mais ricos. Quem ganha acima de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil por mês) será taxado progressivamente, podendo pagar uma alíquota extra de até 10% para rendimentos superiores a R$ 1 milhão. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que essa mudança tornará o sistema tributário mais justo.

“Hoje, os mais ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que a classe média. Precisamos corrigir essa distorção e garantir que quem tem maior capacidade contribua mais”, afirmou Haddad.

Impacto da medida no Pará


No Pará, onde a renda média é inferior à nacional, a nova faixa de isenção pode beneficiar uma parcela significativa da população economicamente ativa. Em Belém, Ananindeua, Marabá e Santarém, a ampliação da isenção pode impulsionar o comércio e o setor de serviços, já que mais dinheiro estará circulando na economia local.


Além disso, a medida pode impactar positivamente os pequenos negócios, pois o aumento da renda disponível da classe média pode levar a um maior consumo de bens e serviços no estado.


Próximos passos no Congresso

A proposta ainda precisa ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) antes de ser votada no Plenário da Câmara e do Senado. Apesar de ser apoiada tanto pela base governista quanto por parte da oposição, há divergências sobre a tributação dos mais ricos como forma de compensação.


O PL (Partido Liberal), principal sigla da oposição, já se posicionou contra o aumento de impostos sobre os mais ricos para financiar a medida.


“Somos a favor da redução de impostos, mas contra qualquer aumento de carga tributária, independentemente da classe social afetada”, declarou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

A expectativa é que o debate sobre a proposta se intensifique nas próximas semanas, e o governo precisa garantir apoio suficiente para aprová-la antes do fim do ano e permitir que a nova faixa de isenção entre em vigor em 2026.


Se aprovada, essa será a maior ampliação da faixa de isenção do IR dos últimos anos, trazendo impacto direto para milhões de brasileiros e potencialmente impulsionando a economia em estados como o Pará.

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