Preço do açaí dispara em Belém e pode chegar a R$ 50 o litro; entenda

Com a baixa oferta devido às chuvas, comerciantes enfrentam dificuldades e consumidores mudam hábitos.

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O tradicional açaí, item essencial na mesa dos paraenses, está cada vez mais caro em Belém. A escassez do fruto, causada pelo período chuvoso, tem levado a um aumento expressivo no preço do litro, que já atinge valores entre R$ 45 e R$ 50 em alguns pontos de venda. A alta tem impactado tanto comerciantes quanto consumidores, que precisaram reduzir a frequência de compra do produto.

Chuvas impactam oferta e elevam preços

A dificuldade em encontrar açaí nas feiras da capital tem sido um grande desafio para os comerciantes. A menor oferta do fruto intensificou a concorrência e elevou o custo de aquisição, obrigando muitos vendedores a reajustarem seus preços.

"Hoje consegui apenas 16 latas, bem abaixo do que normalmente compro. Para evitar o prejuízo tenho que vender o litro por R$ 40, mas deixei a R$ 38 para não assustar meus clientes", relata Josué Silva, proprietário de um ponto de venda no bairro da Cremação.

A situação tem levado muitos estabelecimentos a fecharem temporariamente suas portas, já que os custos elevados afastam os clientes.

Alta nos preços e influência dos atravessadores

A valorização do açaí também é reflexo da ação de atravessadores, que controlam o repasse do fruto das feiras para os pontos de venda. Segundo Antônio Lopes., comerciante no bairro do Umarizal, a oferta tem sido drasticamente reduzida, impactando diretamente os valores.

"O açaí, que antes custava R$ 80, hoje está R$ 160 e com as chuvas os preços vão subir ainda mais nos próximos dias", afirma Antônio.

Ele também explica que os barqueiros, responsáveis pelo transporte do fruto, estão operando com menos embarcações, o que reduz a oferta e aumenta o preço. Pequenos comerciantes da periferia são os mais prejudicados, já que possuem menor margem para absorver os reajustes.

Mudanças no consumo e impacto no dia a dia

Para os consumidores, o açaí já não é mais um item tão acessível quanto antes. A estudante Ana Paula relata que, apesar de ainda encontrar o produto, percebeu um aumento significativo nos preços.

"Perto de casa, o litro custa R$ 38, e nem sempre está com boa qualidade. Antes, minha família consumia açaí por R$ 22, mas agora compramos só uma vez por semana", conta Ana.

Expectativa para os próximos meses

Caso as chuvas continuem intensas, a tendência é que os preços do açaí permaneçam elevados ou até mesmo aumentem ainda mais. Segundo comerciantes, há uma preocupação de que a safra de julho não seja suficiente para atender à demanda, especialmente com a proximidade da COP30, evento que pode impulsionar ainda mais os preços.

"Meu fornecedor avisou que cada dia o preço vai subir mais. A gente está com medo da safra não atender a demanda no segundo semestre", concluiu Josué.

A incerteza sobre a disponibilidade do açaí nos próximos meses preocupa tanto vendedores quanto consumidores. Enquanto isso, o produto segue pesando no bolso dos paraenses, que buscam alternativas para continuar consumindo um dos maiores símbolos da cultura alimentar do Pará.