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Melhor Filme: Pela 1ª vez, produção brasileira é indicada na categoria principal do Oscar

Foto do escritor: Otto MarinhoOtto Marinho

Atualizado: 24 de jan.

“Ainda Estou Aqui” impulsionou o mercado cinematográfico brasileiro com faturamento superior a R$ 49 milhões


ainda estou aqui recebe três indicações ao oscar
Fernanda Torres com Selton Mello e Walter Salles (Gareth Cattermole/Getty Images)

O Brasil volta a figurar na cerimônia principal do Oscar este ano. O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, foi escolhido, nesta quinta-feira, dia 23, para concorrer em três categorias – Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz – na premiação que será realizada em 2 de março. Esta é a primeira vez que uma produção brasileira é indicada para disputar o maior prêmio do cinema mundial na categoria Melhor Filme, um feito histórico.


O filme se tornou a maior bilheteria nacional no pós-pandemia, faturando mais de 49,1 milhões de reais e alcançou mais de 2 milhões de pessoas, tendo vendido mais de  2,3 milhões de ingressos ao redor do Brasil até o início do ano. Os dados são da Comscore Movies, consultoria americana que colhe e analisa dados de bilheteria dos cinemas ao redor do mundo.


O filme, que estreou no dia 7 de novembro de 2024, ultrapassou longas nacionais de grandes bilheterias, como o “Minha Irmã e Eu”, que arrecadou 43,65 milhões de reais em 2023, e se estabeleceu como o maior sucesso comercial nacional dos últimos anos. Dirigido por Susana Garcia, a comédia protagonizada por Tatá Werneck e Ingrid Guimarães foi assistida por 2,29 milhões de brasileiros no cinema e ocupava o primeiro lugar do ranking.


Dados da Comscore Movies mostram que o faturamento com ingressos das salas de cinema brasileiras chegou a R$ 2,5 bilhões, alta de 10% na comparação com 2023. Já o público chegou a 128,6 milhões, crescimento de 9% no mesmo período. De 2022 para 2023, o aumento na bilheteria havia sido de 16%.


Sobre o filme


A obra é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que narra a história da família Paiva e de sua resistência contra a Ditadura Militar que assolou o país. Na década de 1970, o patriarca da família – Rubens Paiva – desapareceu após ser raptado pelos militares. A trama segue a batalha de Eunice Paiva, esposa de Rubens e mãe de Marcelo, na manutenção da sua vida, da sua família e da memória de seu marido, se reinventando e formando-se em direito aos 47 anos.


A produção que concorre em três categorias, Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz tem chances reais de levar estatuetas para casa. Veja as indicações:


Melhor filme


  • Anora

  • O Brutalista

  • Um Completo Desconhecido

  • Conclave

  • Duna: parte 2

  • Emilia Pérez

  • Ainda Estou Aqui

  • Nickel Boys

  • A Substância

  • Wicked


Melhor atriz


  • Cynthia Erivo (Wicked)

  • Karla Sofía Gascón (Emilia Pérez)

  • Mikey Madison (Anora)

  • Demi Moore (A Substância)

  • Fernanda Torres (Ainda Estou Aqui)


Melhor filme internacional


  • Emilia Pérez (França)

  • Ainda Estou Aqui (Brasil)

  • A Garota da Agulha (Dinamarca)

  • A semente do Fruto Sagrado (Alemanha)

  • Flow (Letônia)


Outras premiações


Além do êxito comercial, “Ainda Estou Aqui” também é um sucesso de crítica. O filme ganhou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza, foi indicado a Melhor Filme de Língua Não Inglesa no Globo de Ouro, levando na categoria de Melhor Atriz de Drama, pela atuação melodramática e minimalista de Fernanda Torres, que interpreta Eunice. Além disso, coleciona indicações ao Satellite Awards, Critic Choice Awards e ao Bafta.


Não é a primeira vez que o Brasil tem destaque na cerimônia do Oscar, Outras participações do país fizeram história, como “Cidade de Deus”, que registrou o recorde de indicações em número de categorias de um filme brasileiro, sendo destacado a quatro prêmios. Em 1999, “Central do Brasil” também teve ineditismo ao registrar a primeira nomeação do país ao prêmio de Melhor Atriz, com Fernanda Montenegro.



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