‘O cobre é o novo petróleo’ na economia global; Pará é o maior produtor
- Otto Marinho
- 14 de jan.
- 3 min de leitura
Com 57,8 milhões de toneladas produzidas, produção no estado equivale a 60,6% do cobre brasileiro

O Pará é o maior produtor do minério de cobre no país, com 57,8 milhões de toneladas produzidas, equivalente a 60,6% do cobre brasileiro. Goiás vem em seguida, com produção de 29,5 milhões de toneladas, correspondente a 31% da produção nacional. Em comparação a 2022, houve mais destaque ao cobre paraense, que cresceu 14,1%, resultado que gerou maior incremento para o país apresentando aumento de 13% na produção do minério.
Em uma análise histórica, de 2011 a 2024, verificou-se que o Pará quadruplicou a produção da substância, passando de 15,2 milhões para 57,8 milhões de toneladas de cobre.
Com este contingente de produção, o Pará alcançou o maior valor de exportação, atingindo a cifra de US$ 15,7 bilhões, o que correspondeu a 43,5% do valor total exportado de minérios. O registro marca um crescimento de 5,6% no valor exportado. O ferro ocupa a maior parte dos produtos exportados pelo estado do Pará, representando, em 2023, 82,6% das exportações da indústria extrativa paraense.
O cobre foi o segundo produto com maior comercialização externa, com participação estadual de 15%. O terceiro mineral mais representativo foi a bauxita, com participação de 0,9%. Os outros 1,4% foram oriundos dos demais produtos da indústria extrativa.
Dentre todos os municípios brasileiros, Parauapebas, no Pará, concentrou a maior quantidade de vínculos no setor extrativista mineral, participando com 4,2% do total registrado no ano de 2022, totalizando 8.497 mil empregos. Outros municípios paraenses que despontaram no ranking nacional foram:
Canaã dos Carajás, com 8.497 mil empregos
Marabá, com 3.106 empregos formais
‘Corrida do cobre’
O minério de cobre é uma das matérias primas mais exploradas em todo o mundo por sua forma metálica ter propriedades como alta durabilidade, ductilidade, maleabilidade e resistência à corrosão a altas temperaturas, além do fato de ser um produto escasso na geologia global.
As principais transformações da economia global nos próximos anos dependem do cobre. Sendo estas:
Carros elétricos,
Baterias,
Linhas de transmissão
Data centers
Ligas metálicas, e agora, a
Inteligência artificial.
Mesmo com a adoção global mais lenta do que o previsto dos carros elétricos, a demanda pelo cobre permanecerá em alta, dizem os analistas, e boa parte da explicação está nos investimentos em inteligência artificial.
A expansão da tecnologia requer toneladas de servidores e envolve um maior consumo de eletricidade. São duas forças que empurram para cima a demanda de cobre, e, num momento de oferta apertada, os preços estão nas máximas históricas.
O consumo de eletricidade dos data centers, da inteligência artificial e criptomoedas deverá dobrar nos próximos dois anos, a Agência Internacional de Energia previu em um relatório recente. Isso vai exigir que a oferta mundial de energia tenha um aumento equivalente ao total consumido hoje pelo Japão.
Esse é o pano de fundo que sustenta a esticada do cobre, que subiu 20% nos últimos três meses, mesmo com a atividade desacelerando na China, o maior consumidor mundial.
Retirar o cobre debaixo da terra é mais caro e complexo do que a exploração do minério de ferro. O desenvolvimento das minas demora, quase sempre, mais de uma década.
Mas as indústrias de todo o planeta precisam do metal. E para já. A ‘corrida do cobre’ está por trás da oferta de US$ 43 bilhões da BHP para adquirir a Anglo American, controladora de vastas minas do metal no Peru e no Chile.
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