Empresas de todo o país podem participar de chamadas públicas para receber o investimento realizado pelo Governo Brasileiro em parceria com o Governo Norueguês. Ao todo, o programa mobilizará R$ 28,5 milhões, direcionados a companhias de pequeno e médio porte
Os governos brasileiro e norueguês vão conceder R$ 28,5 milhões para a cadeia fornecedora do setor de energia dos dois países desenvolver pesquisa e inovação nas áreas de petróleo e gás e transição energética. Apenas o governo norueguês vai colocar R$ 13,5 milhões. A ideia e expandir sua participação no mercado brasileiro, mas não apenas por meio da indústria de combustíveis fósseis.
O programa está inserido na meta de, até 2030, ampliar em 50% as vendas internacionais de bens e serviços ligados à descarbonização. No mesmo sentido, o governo brasileiro quer avançar na exportação de soluções para uma economia de baixo carbono, por meio da venda de produtos de maior valor agregado.
Atualmente, 234 empresas norueguesas estão no Brasil, a maior parte delas no setor de óleo e gás. Essas companhias ganharam relevância e presença em diferentes países após a adoção de uma política de desenvolvimento da indústria local. O desafio, agora, é inseri-las no cenário de evolução para uma transição energética justa, e o Brasil faz parte desse plano. Para atingirem suas metas, os dois países precisam investir em inovação. Em todo mundo, na verdade, acontece uma corrida para descobrir as tecnologias que vão viabilizar a descarbonização da economia, inclusive na indústria de óleo e gás.
Um meio encontrado pelo Brasil e a Noruega para atingir esse objetivo foi o lançamento de chamadas públicas para o desenvolvimento de pesquisas por empresas dos dois países, que devem trabalhar em parceria.
“Mesmo o Brasil sendo 40 vezes maior que a Noruega, temos muito em comum. Ambos possuem uma matriz energética muito limpa e são grandes produtores e exportadores de petróleo”, afirmou Torkjell Leira, conselheiro de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da Noruega no Brasil.
Depois dos Estados Unidos e União Europeia, o Brasil é onde a Noruega investe mais, principalmente na operação em óleo e gás e em sua cadeia fornecedora. Foram cerca de R$ 140 bilhões na última década e emprega 31 mil pessoas.
Essa é a quarta vez que as chamadas públicas acontecem. A novidade neste ano, no entanto, é que, além de direcionar dinheiro para o setor de óleo e gás, uma quantia irá para os segmentos de geração elétrica eólia, solar e a partir do hidrogênio verde. Os dois setores – de óleo e gás e renováveis – receberão o mesmo volume de dinheiro.
No Brasil, o processo será conduzido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e, na Noruega, pelo o conselho de pesquisa da Noruega. Essa é a quarta chamada pública. O CNPQ, pela primeira vez, também fará parte do programa, o que permitirá a inclusão de professores e pesquisadores acadêmicos na chamada pública, volta a empresas fornecedoras de pequeno e médio portes.
Para se habilitar ao programa, cada empresa brasileira deve ter formado, antecipadamente, uma parceria com outra norueguesa e manter relações sistemáticas também com instituições de pesquisa.
Cooperação Visitas de representantes noruegueses ao Brasil e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, à Noruega, neste mês, evidenciam as intenções de ambos em avançarem nas relações comerciais. Prates participou, no último dia 13, do International Energy Forum (IEF) 2023 em Oslo, na Noruega, onde falou sobre a conjuntura brasileira.
“Estamos muito entusiasmados com nossa tarefa e nossa missão de transformar a Petrobras em uma empresa realmente de transição energética no país”, afirmou.
Já a vice ministra do Petróleo e Energia da Noruega, Astrid Bergmål, esteve em Brasília, em encontros com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Ciência e Tecnologia, Rodrigo Rollemberg; o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Efrain Pereira da Cruz; e o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, André Corrêa do Lago.
Fonte: Petróleo Hoje
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