Startup paraense transforma plástico, vidro e rejeito minério em material de construção.
A Seixo de Plástico é uma das empresas residentes do PCT Guamá, Parque de Ciência e Tecnologia mantido pelo Governo do Pará, em Belém. A startup paraense desenvolveu uma metodologia própria para produzir tijolos, broquetes, tubos, blocos com e sem função estrutural, telhas, entre outros produtos comumente derivados do concreto, a partir do reaproveitamento de diferentes resíduos sólidos, em especial plásticos e vidros.
Nascida a partir de um trabalho de conclusão de curso em 2016, a ideia tomou força em 2018 quando foi convidada para participar de um programa de aceleração no complexo de pesquisas e inovação do PCT Guamá, aonde firmou parceria com outros atores do ecossistema local, a exemplo do Instituto Senai de Mineração, para o acesso a laboratórios específicos para testar os produtos feitos com o rejeito de mineração, e da Agência de Inovação Tecnológica da UFPA, a Universitec.
Como nasceu a ideia de criar tijolos a partir de plásticos?
“Um professor tinha sugerido que eu investigasse a origem do seixo. Dependendo dessa origem, ele pode ser mais ou menos rígido, então a gente usa esse índice para calcular a taxa de ferragem, conseguindo aumentar esse índice, seria possível diminuir o custo de uma obra”, Marcos Sousa, engenheiro civil, um dos inventores da tecnologia e sócio da Seixo de Plástico.
Marcos explica que uma das dificuldades que enfrenta para a viabilização econômica do projeto é justamente a captação do material descartável. "Belém gera em torno de 200 toneladas de plástico por dia, desse volume, apenas 2,8% é aproveitado. Do plástico que chega dentro de uma cooperativa, observamos, a partir de uma pesquisa própria, que cerca de 20% acaba voltando para o lixão", disse ele ao site Agência Pará.
Tecnologia que reaproveita resíduo de minério para construir casas
“Outra possibilidade é a utilização de resíduos da mineração, capazes de oferecer maior resistência. Os resíduos das mineradoras aqui no estado, apesar de diferentes, têm propriedades muito semelhantes. Nós não fazemos a fusão dos metais presentes ali, mas podemos fazer a união deles para gerar um material bem resistente”, sustenta o engenheiro.
Impacto sobre o meio ambiente
Marcos afirma que consegue aproveitar qualquer tipo de plástico, inclusive os que não têm valor econômico por conterem diferentes camadas de materiais ou impurezas.
“Se levar um volume de plástico grande para uma recicladora, se ele tiver sujo, pode ser que volte para o lixão, porque vai se gastar energia e materiais para limpar esse plástico e isso encarece o processo”, explica ele.
Movimentando a economia local e criando novas possibilidades para a construção civil
A startup está atualmente em fase de captação de recursos para investir em maquinário. A perspectiva é que a primeira fábrica seja instalada em Icoaraci, distrito de Belém que abriga uma das maiores cooperativas recicladoras de plástico da região.
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