Acertado poderá aumentar PIB do Brasil em 0,5%, segundo estimativa do Ipea, mas ainda terá de passar por várias etapas até a implantação
O Mercosul e a União Europeia fecharam, nesta sexta-feira, 6, um acordo histórico entre os dois blocos, para facilitar a circulação de produtos entre 718 milhões de pessoas e unir dois mercados que somam um PIB de US$ 22 trilhões. Para o Brasil, o tratado poderá ampliar o PIB em 0,5% ao ano, segundo estimativa do Ipea.
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul prevê adotar o livre-comércio entre os dois blocos, envolvendo quase todos os tipos de mercadoria, como produtos agrícolas, além de serviços. Cada item terá cotas de importação e exportação e reduções diferentes de taxas.
Além disso, haverá simplificação de regras comerciais, o que facilitará negócios e investimentos entre os dois lados. Empresas europeias poderão disputar licitações para compras públicas no Mercosul, e vice-versa. Há também regras comuns relacionadas à preservação ambiental e direitos trabalhistas.
O fim da negociação do acordo foi anunciado durante a Cúpula do Mercosul, em Montevidéu. Úrsula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, viajou ao Uruguai para o anúncio. Para que ele entre em vigor, no entanto, são necessárias mais etapas, que devem levar meses.
"Concluímos as negociações para o acordo UE-Mercosul. Ele marca o começo de uma nova história. Agora iremos discutí-lo com os países da UE. Esse acordo funcionará para as pessoas e os negócios. Mais empregos, mais escolhas, prosperidade compartilhada", disse Leyen.
"Este é um acordo ganha-ganha, que trará benefícios significativos para clientes e negócios, dos dois lados. Temos ouvido as preocupações de nossos agricultores e agido sobre elas. Esse acordo inclui proteções robustas para proteger nossos meios de vida", afirmou.
Leyen apontou que o acordo trará economia de 4 bilhões de euros por ano em taxas de importação por ano para as empresas europeias. A União Europeia exportou 56 bilhões de euros em mercadorias para o Mercosul em 2023, e 28 bilhões de euros em serviços em 2022.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que preside o Mercosul atualmente, disse que o acordo "Não é uma solução mágica para a prosperidade. É uma possibilidade. Em um mundo tão convulsionado e onde as imagens são de conflito, essa imagem de hoje aqui é o que nos permite acreditar que a humanidade pode construir", afirmou.
Esta é a segunda vez que o tratado é concluído. A primeira delas foi em 2019, mas o acordo depois foi reaberto após questionamentos de países europeus, que exigiram compromissos ambientais mais amplos por parte dos países da América do Sul.
Fonte: Exame
Commentaires