Margem Equatorial: Belém é uma das cidades que mais podem enriquecer com a exploração de petróleo na região
- Otto Marinho
- 3 de abr.
- 3 min de leitura
A exploração na costa abre novas fronteiras do petróleo para além da concentração no Sudeste, colocando o Norte e Nordeste do Brasil em posição de destaque na rota do petróleo; como trazer desenvolvimento para a região sem grandes consequências ambientais é a grande questão do projeto

Com aportes de investimentos orçados em mais de R$ 24 bilhões até 2028, o que deve transformar economicamente as áreas envolvidas, a Margem Equatorial, região que abrange bacias petrolíferas do Amapá ao Rio Grande do Norte, desponta como o novo polo da indústria do petróleo no Brasil.
Belém, sede da COP 30, está no radar entre as cidades que podem enriquecer com a exploração na margem. A capital pode se beneficiar com investimentos em infraestrutura, logística e geração de empregos. Com uma zona portuária bem estruturada, pode se tornar um centro estratégico para atender à Bacia do Pará-Maranhão, atraindo empreendimentos e movimentando a economia, além de:
Fornecer suporte movimentando embarcações,
Suprimentos,
Empresas de apoio e
Técnicos especializados.
Impacto econômico será direto nas cidades às margens do litoral
Se os investimentos planejados saírem do papel, os efeitos serão imediatos. A exploração de petróleo na Margem Equatorial pode impactar na região das seguintes formas:
Gerando milhares de empregos em diversas frentes
Aumentando a arrecadação dos municípios com royalties
Impulsionando cursos técnicos e centros de capacitação
Fortalecendo o comércio, os serviços e o transporte local
Segundo estimativas da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o PIB (Produto Interno Bruto) do Pará poderá ter um crescimento de mais de 30%. Para Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, a projeção é positiva:
Os estudos econômicos apontam que a iniciativa da Petrobras tem potencial para criar nada menos do que 350 mil empregos, com investimentos esperados de R$ 280 bilhões e arrecadação estimada de mais de R$ 1 trilhão", explica o ministro.
Além disso, empresas de pequeno e médio porte devem surgir em resposta à demanda por logística, alimentação, hospedagem, transporte marítimo e manutenção industrial. Com isso, o ciclo de desenvolvimento regional tende a ser contínuo e duradouro.
Outras cidades que poderão ter crescimento considerável:
Oiapoque (AP)
Macapá (AP)
São Luís (MA)
Parnaíba (PI)
Fortaleza (CE)
Mossoró (RN)
Natal (RN)

A chamada Margem Equatorial brasileira reúne cinco bacias estratégicas para a Petrobras e outras empresas do setor:
Foz do Amazonas
Pará-Maranhão
Barreirinhas
Ceará
Potiguar
Essas áreas apresentam condições geológicas muito semelhantes às das regiões marítimas da Guiana e do Suriname, onde recentemente surgiram descobertas expressivas de petróleo. Por isso, a Petrobras enxerga um potencial imenso na Margem Equatorial, capaz de garantir a segurança energética do país por várias décadas. Além disso, o interesse de gigantes internacionais também reforça essa projeção otimista.
Região Norte na rota do petróleo e o meio ambiente
A Margem Equatorial representa uma chance concreta de descentralizar o crescimento gerado pelo petróleo no Brasil. Ao contrário do modelo concentrado no Sudeste, essa nova fronteira pode beneficiar amplamente o Norte e o Nordeste. Assim, o país avança em direção à equidade regional, com mais empregos, mais receita pública e maior protagonismo para estados antes esquecidos.
Apesar disso, o processo esbarra em licenças ambientais. Em 2023, o Ibama negou a autorização para a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas, sob a justificativa de risco à biodiversidade marinha. Mesmo assim, a Petrobras segue firme nos estudos complementares e promete respeitar todos os requisitos ambientais exigidos.
Essa transformação depende de decisões técnicas, jurídicas e políticas. O Brasil terá que equilibrar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental.
Que sejam feitos estudos minuciosos para atender todos os requisitos ambientais exigidos 👏👏