Exclusivo: motoristas da capital paraense recebem avaliação negativa em educação no trânsito
- Rodrigo Lopes
- 11 de fev.
- 3 min de leitura
Pesquisa aponta insatisfação com a conduta no trânsito e alerta para impactos na mobilidade, economia e oportunidades de negócios na capital paraense

Um levantamento realizado pela Belém Negócios revelou a insatisfação da população com o comportamento dos motoristas na capital paraense. Em uma consulta feita com seus seguidores, 88% avaliaram a educação dos condutores no trânsito da cidade como péssima. Apenas 9% consideraram razoável, 3% disseram ser boa e 1% avaliaram como ótima. Ao todo, 152 pessoas responderam à enquete.
A percepção negativa se reflete na rotina das ruas e avenidas da cidade, onde é comum a formação de filas duplas e até triplas, especialmente em áreas próximas a escolas nos horários de pico. Além disso, registros de infrações demonstram um alto índice de desrespeito às regras de trânsito. Entre as irregularidades mais frequentes estão excesso de velocidade, avanço de sinal e condução de motocicletas sem capacete.

O comportamento imprudente dos motoristas resulta em um elevado número de autuações. Dados de mobilidade urbana apontam que mais de 260 mil infrações são registradas anualmente, sendo a maioria relacionada ao desrespeito aos limites de velocidade. O avanço de sinal vermelho e o estacionamento irregular também figuram entre as principais infrações notificadas.
Impactos no comércio e nos negócios
O trânsito desordenado e a falta de respeito às regras geram prejuízos diretos para os negócios locais. Empresas de logística e transporte, por exemplo, enfrentam dificuldades para cumprir prazos de entrega, impactando diretamente a satisfação dos clientes.
Para estabelecimentos comerciais localizados em regiões de grande fluxo, como bairros comerciais e áreas centrais, o trânsito caótico pode afastar consumidores que buscam conveniência e facilidade de acesso. Motoristas que estacionam em locais proibidos ou ocupam vias de maneira irregular também prejudicam a circulação, gerando engarrafamentos que dificultam a chegada de clientes.
Além disso, os atrasos frequentes no deslocamento afetam a produtividade dos trabalhadores, prejudicando setores que dependem da pontualidade, como serviços, comércio e atendimento ao público.
Oportunidades de negócios e soluções para o problema
Apesar do cenário preocupante, a necessidade de melhorar a educação no trânsito em Belém abre espaço para novas oportunidades de negócios e inovação. Empresas especializadas em educação e habilitação par o trânsito como autoescolas, por exemplo, podem desenvolver treinamentos para motoristas profissionais, motoristas de aplicativo e até mesmo campanhas de sensibilização para o público geral.
Outro nicho promissor envolve tecnologias para a mobilidade urbana, como aplicativos que ajudam motoristas a evitar áreas de congestionamento e plataformas de denúncia de infrações, permitindo que cidadãos contribuam para a fiscalização. Empresas do setor de logística e transporte também podem investir em soluções para otimizar rotas e reduzir o impacto do trânsito caótico em suas operações.
Segundo o advogado e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano, Everaldo Oliveira, as soluções para o trânsito em Belém passam por um conjunto de medidas que vão desde a educação até mudanças na infraestrutura viária.
“A longo prazo, um trânsito mais organizado depende de investimentos em educação e campanhas permanentes de conscientização. Mas, além disso, é preciso reforçar a fiscalização e que esta seja eficaz além de aprimorar a mobilidade urbana com medidas que incentivem o transporte público e criem alternativas para reduzir o uso excessivo de veículos particulares”, explica.
Ele destaca também que há oportunidades para empreendedores que busquem soluções inovadoras para melhorar a mobilidade.
“Empresas que oferecem transporte alternativo, como bicicletas e patinetes elétricos compartilhados, podem ajudar a diminuir o fluxo de carros e melhorar a experiência de locomoção na cidade. Além disso, há espaço para startups desenvolverem aplicativos que auxiliem motoristas e passageiros na escolha das melhores rotas, reduzindo congestionamentos”, acrescenta Everaldo Oliveira.
A educação no trânsito em Belém é um problema que afeta não apenas a mobilidade, mas também a economia e o dia a dia dos cidadãos. No entanto, esse cenário pode ser revertido com medidas de fiscalização mais eficientes, investimentos em campanhas educativas e soluções tecnológicas voltadas para a mobilidade urbana. Ao mesmo tempo, empreendedores atentos a essa realidade podem encontrar novas oportunidades de negócios para contribuir com um trânsito mais organizado e seguro para todos.
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