Estudante cria produto biodegradável para substituir isopor com resíduos de mandioca
- Redação
- 25 de jun.
- 2 min de leitura

Uma mistura de casca de mandioca com grimpa de araucária, que são os galhos da tradicional árvore símbolo do Paraná, resultou na criação de bandejas biodegradáveis. O responsável pela invenção é Lucas Tadao Sugahara Wernick, estudante do nono ano do Colégio Bom Jesus Centro, em Curitiba. A ideia surgiu em 2024, durante as aulas de Iniciação Científica, quando o aluno começou a investigar o destino de resíduos industriais.
A receita elaborada por Lucas usa a grimpa de araucária triturada e cozida com água em combinação com o resíduo da mandioca. Após um ano de desenvolvimento e aperfeiçoamento, o resultado foi uma alternativa sustentável às tradicionais bandejas de isopor ou plástico, que podem levar até 700 anos para se decompor.
Já a nova bandeja biodegradável se destaca por sua rápida decomposição: leva apenas um mês para que ela desapareça completamente na natureza.
A inspiração de Lucas para criar as bandejas biodegradáveis surgiu após visitas a indústrias processadoras de mandioca. O estudante ficou impressionado com o volume de resíduos gerados nesses locais e seu impacto no meio ambiente. Em uma das unidades visitadas, por exemplo, a moagem mensal alcança cerca de 140 mil toneladas de mandioca, resultando em aproximadamente 105 mil toneladas de resíduos sólidos e líquidos, sendo que 25% desse total, cerca de 26 mil toneladas por mês, correspondem a bagaço ou massa residual.
Diante desse cenário, Lucas questionou: “Se há sobras, por que não transformá-las em algo útil?”. Inicialmente, o jovem utilizou cola para dar consistência ao material das bandejas. No entanto, com o avanço das pesquisas, descobriu que a própria fécula da mandioca poderia cumprir essa função de aglutinação, tornando o processo ainda mais sustentável.
Até o momento, Lucas já produziu mais de 30 unidades das bandejas biodegradáveis. O projeto segue em expansão, e o estudante recebeu uma bolsa de estudos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) durante uma feira científica, o que lhe permitirá continuar as pesquisas e explorar novas aplicações para a mistura sustentável. “Eu vou continuar estudando e aproveitar a mistura para fazer placas de revestimentos sustentáveis para arquitetura, decoração e design”, afirma ele, segundo matéria do CicloVivo.
Publicado primeiramente no BAA
Comments