Com endividamento elevado, estratégia é reciclar capital; empresa busca sócio para todo seu negócio de transmissão
A Equatorial acaba de anunciar a venda da Intesa, dona de uma linha de transmissão que une Belém e Brasília, para uma empresa controlada pelo fundo de pensão canadense da CDPQ.
O ativo foi avaliado em R$ 714 milhões, incluindo dívida. A fatia em equity pode chegar a R$ 396 milhões. Desse total, R$ 319 milhões serão pagos no fechamento da operação e o restante está sujeito a cláusulas de desempenho.
Essa é a primeira venda de uma ativo de transmissão por parte da Equatorial. Num momento de endividamento elevado e juros elevados, a empresa já vinha sinalizando que pode se desfazer de alguns ativos mais maduros para reciclar caixa, ou seja, levantar capital para investir em outros projetos.
A Equatorial já mandatou o BTG Pactual [do mesmo grupo de controle da Exame] para buscar um sócio de perfil financeiro para o negócio de transmissoras. A ideia é replicar o modelo adotado pela Neoenergia, que no começo do ano trouxe o GIC, do fundo soberano de Cingapura, como sócio, com participação de 50% no segmento.
No comunicado divulgado hoje ao mercado, a Equatorial afirmou que a venda da Intesa “avançar na aceleração de sua trajetória de desalavancagem, adequando sua estrutura de capital a eventuais oportunidades nas avenidas de geração de valor em que atua”.
No fim do segundo trimestre, a Equatorial tinha uma dívida líquida de R$ 34 bilhões, equivalente a 3,8 vezes o Ebitda dos 12 meses. Os resultados do terceiro trimestre serão divulgados em 8 de novembro.
A Equatorial tem mais oito linhas de transmissão, que somam 3,2 mil quilômetros e R$ 1,3 bilhão em receita anual permitida (RAP). Desse valor, R$ 196 milhões referem-se à Intesa.
A Equatorial entrou na Intesa em 2017, comprando uma fatia de 51% que pertencia ao FIP Brasil Energia e tinha como sócias duas subsidiárias da Eletrobras, Eletronorte e Chesf. Os 49% restantes foram adquiridos em 2019.
Fonte: Exame
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