Renda fixa lidera crescimento, enquanto captações em ações mostram desaceleração segundo a Anbima
As empresas brasileiras captaram um recorde de R$ 783,4 bilhões no mercado de capitais em 2024, registrando um crescimento expressivo de 66% em relação ao ano anterior, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (22) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro de Capitais (Anbima). Este foi o maior volume da série histórica, iniciada em 2012.
Renda fixa lidera o crescimento
O segmento de renda fixa foi o principal responsável pelo desempenho histórico, com captação de R$ 709,2 bilhões, mais que o dobro dos R$ 399 bilhões registrados em 2023. “A renda fixa puxou o ano de maneira muito forte”, afirmou Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, durante coletiva de imprensa.
Instrumentos como debêntures e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) representaram mais da metade das captações. As debêntures alcançaram um volume de R$ 473 bilhões, marcando um aumento de 100% e também um recorde histórico. O número de emissões chegou a 626, com um valor médio de R$ 758 milhões, um crescimento de 23%. Os FIDC, por sua vez, registraram um salto de 86%, captando R$ 81 bilhões em 918 novos fundos lançados.
Segmento de ações ainda enfrenta desafios
Enquanto a renda fixa se destacou, o mercado de ações teve mais um ano sem Ofertas Públicas Iniciais (IPO) na B3. As captações ficaram restritas às ofertas de empresas já listadas, totalizando R$ 25 bilhões, uma queda de 19% em um ano.
Fundos imobiliários e outros investimentos
Nos fundos imobiliários, foram registradas 323 emissões, enquanto o Fiagro apresentou queda de 45% em relação ao ano anterior. Já o Certificado de Recebível Agrícola (CRA) recuou 4,7%, impactado por mudanças regulatórias nos critérios de lastro das operações.
Apesar dessas retratações pontuais, o mercado de capitais em 2024 consolidou-se como um dos principais motores de financiamento de renda fixa, que alcançaram patamares históricos. O desempenho reforça o papel do setor como alternativa ao crédito bancário tradicional e um indicador positivo para a saúde financeira do mercado doméstico.
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