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Empresa multinacional investe R$9,9 milhões em pesquisas na Amazônia

O estudo irá mapear a relação entre o agro e a preservação da Amazônia e do Cerrado brasileiro.

Foto: Divulgação

Um estudo vai mapear a relação entre atividade agropecuária e a preservação da Amazônia e do Cerrado e avaliar resultados econômicos da adoção de práticas de agricultura regenerativa nessas regiões. O trabalho é uma parceria do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Ipam), Woodwell Climate Research Center e a multinacional alemã Bayer.


A parceria será anunciada oficialmente em um painel de debates na Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes. O trabalho começou em setembro e será feito durante cinco anos, com divulgações periódicas de artigos técnicas e científicos.


Os responsáveis pela pesquisa destacam que o desmatamento na Amazônia e no Cerrado já causam impactos sobre o clima e a produção. Elevações de temperatura e chuvas irregulares têm provocado perdas de potencial de produtividade em culturas agrícolas importantes para as áreas dos biomas.


Levantamento divulgado pelo IPAM na semana passada apontou que a área desmatada no Cerrado em outubro foi 86% maior que do mesmo mês no ano passado. Foram 109 mil hectares, a maior parte na região do Matopiba. No acumulado dos 10 primeiros meses do ano, foram 851 mil hectares.


O estudo da entidade com a Bayer e o Woodwell Center começa com soja, milho e algodão, com intenção de expandir para pastagens degradadas e sistemas agroflorestais. Em uma primeira etapa, os pesquisadores estão consolidando dados da expansão agrícola na região dos biomas.


Dados

Ludmilla Rattis, pesquisadora do IPAM, explica que o Instituto tem uma base de dados de mais de 20 anos, concentrada em quatro temas: clima, biodiversidade, carbono e água. E que nesta nova pesquisa, foi incluída a questão econômica, que perpassa todos os outros assuntos.


“Conversando com produtores rurais, sempre batia na questão do quanto custa”, explica. “O tempo do projeto é o tempo que a ciência leva. Mas temos anos de trabalho, com alguma bagagem”, acrescenta.


Os cientistas avaliarão dados de clima, água, carbono e biodiversidade obtidos por sensoriamento remoto e atividades de campo em áreas com diferentes tipos de solo, zoneamento climático, calendário agrícola e modos de uso da terra. E farão a análise do efeito econômico dos serviços ambientais e da abertura de áreas na Amazônia e no Cerrado.

“A ideia do estudo é dar uma resposta a isso. É um ambiente muito dinâmico, que vem mudando desde 1985 até hoje. É mostrar o que aconteceu”, diz Ludmila, usando como referência a base de dados de uso da terra mantida pelo IPAM, que vai de 1985 a 2022.


A Bayer está investindo R$ 9,9 milhões no projeto. Carolina Graça, diretora de sustentabilidade, explica que as publicações científicas resultantes da pesquisa ficarão à disposição para outros pesquisadores e estudiosos. Servirão também como “matéria-prima” da próprio multinacional para a pesquisa de novos produtos e soluções agrícolas.


“Uma agricultura resiliente tem conexão direta com os nossos negócios. Os resultados vão subsidiar o desenvolvimento de sistemas agronômicos lucrativos, estáveis, que contribuam com o meio ambiente”, diz. “Vamos usar esse conhecimento para desenvolver tecnologias”, acrescenta.


Ela explica que a parceria com o IPAM e o Woodwell Center é a segunda iniciativa atrelada à estratégia da multinacional para o tema, lançada este ano. A primeira foi o programa Pro Carbono Commodities.


“Sabemos como se dá a relação entre agricultura e meio ambiente. Mas qual o valor e como isso reflete em termos de estabilidade da produção, ainda não temos. Queremos dar essa informação aos produtores e agentes públicos”, diz a executiva.


Ela informa ainda que os dados de produção de agricultores clientes da companhia serão incluídos na pesquisa apenas mediante autorização. E que a divulgação dos resultados será apenas com base nas informações agregadas.

Agricultura regenerativa

Em escala global, a Bayer prevê incentivar a agricultura regenerativa em pelo menos 161 milhões de hectares até meados da próxima década. Além das incertezas para a produção agrícola trazidas pelas mudanças climáticas, governo e mercados consumidores importantes têm indicado uma exigência maior em relação a modos sustentáveis de produção de alimentos.


“Nosso projeto científico não tem conexão com o ambiente político internacional nem brasileiro. Mas está permeado por esse momento em que a sociedade quer saber como vamos viver no planeta”, diz Carolina Graça.


“Como cientistas, estamos preocupados com as perguntas ainda não respondidas. Isso toca em questões políticas, porque estamos no mesmo contexto. Nosso papel, como instituto de pesquisa, é disponibilizar para a sociedade essas respostas”, acrescenta Ludmila Rattis, do IPAM.


Globo Rural


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