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Empresa de chocolates da Amazônia mira o mercado internacional em 2024

O sítio, localizado na rota turística Belém-Bragança produz hortifrutigranjeiros e desde junho de 2023 passou a produzir chocolates, ganhando o primeiro e o segundo lugar em uma competição internacional na Bélgica



O Sítio Agroecológico Tolú, localizado na rota turística Belém-Bragança, no município de Igarapé-Açu, Pará, produz hortifrutigranjeiros (hortaliças, frutas, galinhas e ovos). A partir de junho do ano passado, incluiu mais um item na agenda de produção: o chocolate. “Sou baiana e sonhava com isso desde a minha infância, quando morava em Santa Luzia, sul da Bahia, tradicional região produtora de cacau. Na década de 1980, o país vivia o auge desse fruto e, no caminho para a escola, as calçadas e as ruas eram repletas de amêndoas secando. Lembro do cheiro, cresci próxima a essa cultura e pensava em um dia trabalhar com cacau”, conta Luciana Athayde, 43 anos, dona do sítio junto com o marido, Tomires Athayde, 57.


Quando chegou à propriedade com o marido, em 2009, Athayde sabia que havia muito a ser feito. Graças ao planejamento, à organização, à sua formação como agrônoma e ao mestrado em agronomia orgânica, eles transformaram completamente o local. Da área total de 26 hectares, 20 foram reflorestados e são preservados. O plantio é feito nos outros seis hectares. “Aqui no Norte, é hábito queimar, explorar ao máximo e migrar de área. Nós defendemos a floresta em pé, não é interessante derrubar árvore para plantar grãos ou outra coisa. Cultivamos em sistemas agroflorestais, fazendo rodízio de culturas”, conta Luciana Athayde.


O Tolú produz 35 toneladas de alimentos orgânicos por ano. Antes da pandemia, os proprietários os comercializavam em feiras e condomínios em Belém (a 110 km do sítio), segundo Athayde, uma cidade que tem grande carência de produtos orgânicos. Com as limitações trazidas pela covid-19, a operação foi suspensa. Hoje, vende para feiras locais e regionais e para o PAA (Programa de Aquisição de Alimento) do governo federal, voltado à merenda escolar.


No ano passado, Luciana Athayde tirou o sonho do papel e começou a produzir chocolate a partir de cacau cultivado no próprio sítio. “É algo que faço com prazer e que tem potencial. Atualmente, o Pará ultrapassou a Bahia na produção de cacau. Recentemente, conquistou o primeiro e segundo lugares como a melhor amêndoa [de cacau] do mundo, em uma avaliação na Bélgica”, afirma ela.


As barras do Tolú Chocolate Orgânico da Amazônia, marca dos produtos que Athayde produz, são vendidas no mercado local, em exposições e feiras, como o Chocolat Festival, um dos maiores eventos de chocolate e cacau da América Latina. “Neste ano vamos ingressar no mercado europeu, começando por Portugal e Bélgica”, conta Luciana Athayde. Ela aposta no novo braço de negócio do Sítio Tolú para incrementar o faturamento da empresa. “No ano passado, faturamos R$ 300 mil. Agora, com o chocolate, o objetivo é, no mínimo, dobrar o valor”, afirma.


Como diferencial, além do fato de ser orgânico, o chocolate de Athayde não contém glúten nem lácteos: “São apenas dois ingredientes, cacau e açúcar orgânico, com três teores do fruto – 50%, 60% e 70%”, explica a empreendedora. Ela acaba de inaugurar a Casa do Chocolate, local que passou a concentrar a produção, o showroom da marca e vai agregar, em breve, um espaço para servir refeições – algumas delas, com ingredientes colhidos ali.


Como o sítio está localizado em uma rota turística, a ideia é aproveitar o fluxo de pessoas que já visitam o local – em geral, pesquisadores e universitários – e atrair um novo público. “Vamos investir em ecoturismo também. Até o fim do ano devemos ter isso formatado. Uma das ideias é oferecer uma visita guiada para o turista conhecer toda a cadeia de produção do chocolate, do plantio à colheita, até a manufatura da barra”, conta.


O Sítio Agroecológico Tolú recebe muitas pessoas interessadas em conhecer seu processo de produção orgânica, uma vez que todo insumo utilizado nas plantações é proveniente de resíduos gerados no comércio local. São 200 toneladas compostadas anualmente. “Somos referência em produção orgânica e compostagem e temos parceria com diversos negócios da região que antes despejavam esses resíduos no lixão, gerando danos expressivos no solo e nos mananciais. Só de cascas de ovos, recebemos cerca de 1 milhão por ano”, diz Athayde.


Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios


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