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Cinco para cada 10 mil habitantes. Por que existem tantas farmácias em Belém?

Dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica revelam que o Pará possui 4.402 farmácias ativas, das quais 654 estão localizadas na capital, Belém


Um levantamento feito pelo Grupo Liberal, com base em dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) disponibilizados através do Mapa de Empresas, revela que o Pará possuía, até 16 de abril de 2024, um total de 4.402 empresas ativas cuja atividade econômica exercida era o “comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas”. Nos oito municípios da região metropolitana (Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Castanhal e Barcarena), estão 1.253 empresas deste tipo (28,4%); sendo 654 somente na capital (14%). As informações são do O Liberal.


Considerando os dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontam para 8,1 milhões de habitantes no Pará, a proporção é de uma farmácia para 1.844 pessoas no estado – ou 5,42 estabelecimentos a cada 10 mil habitantes. Em Belém, são 5,02 farmácias a cada 10 mil; número semelhante à média regional, calculada em 5,2 por um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a Cognatis,  empresa especializada em big data e analytics.


Por que existem tantas farmácias em Belém?

De acordo com o Sindicato dos Farmacêuticos do Pará (Sinfarpa), o número de 5,2 farmácias para cada 10 mil habitantes na Região Norte é razoável, “já que os serviços públicos não conseguem atender de forma eficiente e eficaz a demanda de fornecimento de medicamentos para a população”, explica Deick Quaresma, diretor do Sinfarma. Além disso, a abertura desses estabelecimentos em Belém e região metropolitana pode estar relacionada à maior aglomeração populacional e ao crescimento do poder aquisitivo.


Na opinião de Orlando Campos, farmacêutico e consultor para abertura de farmácias no Pará e em outros estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a quantidade média de farmácias em Belém está abaixo do que é encontrado em outras capitais brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde há 20 farmácias para cada 10 mil habitantes. Apesar disso, houve uma crescente significativa nos últimos dois anos, quando a média era de três farmácias para cada 10 mil belenenses. 


“O mercado farmacêutico é, hoje, o segundo mais rentável do mundo. Só perde para o petrolífero”, afirma Campos. O consultor acrescenta que, no Pará, há poucas redes nacionais de farmácias. Nesse cenário, destacam-se os agrupamentos farmacêuticos. “Essas farmácias que, de início, são independentes, quando chegam a um determinado quantitativo de lojas, procuram o associativismo, uma bandeira mais forte para serem mais competitivas. A tendência é realmente essa, a gente vê muito isso acontecer”, ressalta. 


A percepção de que há muitas farmácias concentradas em um mesmo local, como em áreas mais periféricas, pode estar relacionada ao fenômeno de pouca oferta para muita demanda. “Hoje em dia, com a concorrência muito acirrada, quem inicia uma operação tende a procurar locais que estão desprovidos de farmácias. Apesar da estatística de cinco farmácias a cada 10 mil habitantes [em Belém], tem muita a localidade desprovida desses serviços”, analisa Orlando Campos.



Na avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco, foi inaugurada há dois anos a primeira farmácia do Brasil pertencente a uma cooperativa de farmacêuticos. O subgerente da unidade, Diego Lobo, destaca que o negócio surgiu a partir da oportunidade de uma oferta diferenciada no ramo: “Aqui, do início ao fim, nosso atendimento é realizado por farmacêuticos. Existe um acolhimento, uma atenção diferenciada que outras farmácias não dispõem”, frisa. 


O subgerente diz, ainda, que a concorrência é maior no meio online. “A farmácia mais perto daqui, fisicamente, fica a cinco quadras. Então, os moradores das redondezas, e até hóspedes de um hotel aqui próximo costumam vir aqui pessoalmente, até porque, antes, nesse mesmo local já existiu uma outra farmácia”, explica Diego.


Empresas varejistas de produtos farmacêuticos*

Pará: 4.402 | 5,4 a cada 10 mil habitantes

Belém: 654 | 5 a cada 10 mil habitantes


*sem manipulação de fórmulas


Fonte: Mapa de Empresas - Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (atualizado em 16/04/2024)


O Liberal


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