Pequim impõe novas taxas sobre produtos americanos e mira gigantes dos EUA

A China reagiu às tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump com medidas direcionadas a empresas americanas e novas taxações sobre produtos dos Estados Unidos. A resposta veio nesta terça-feira (4), com a imposição de tarifas de até 15% sobre importações de energia e equipamentos agrícolas americanos, além da abertura de uma investigação antitruste contra o Google.
Entre os alvos da retaliação chinesa estão a PVH Corp., dona da Calvin Klein e Tommy Hilfiger, e a Illumina Inc., gigante do setor de sequenciamento genético. Além disso, Pequim anunciou restrições à exportação de tungstênio e outros metais estratégicos, fundamentais para as indústrias eletrônica, aeronáutica e de defesa.
Resposta estratégica e impacto global
As tarifas chinesas incluem uma taxa de 10% sobre petróleo bruto e tratores americanos, além de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito. O governo de Xi Jinping adotou uma postura calculada, buscando pressionar os EUA sem causar um impacto imediato na economia chinesa.
A decisão de Pequim também reflete sua posição estratégica no comércio global. O país detém cerca de 80% da produção mundial de tungstênio, um metal essencial para setores de alta tecnologia e defesa. As novas restrições podem complicar o fornecimento de materiais críticos para indústrias americanas.
Mercado reage e Trump busca negociação
Apesar das tensões, os mercados asiáticos reagiram de forma moderada. O índice Hang Seng China Enterprises, que reúne ações chinesas listadas em Hong Kong, reverteu perdas e registrou alta de 3% após os anúncios. O yuan offshore também reduziu desvalorizações, enquanto moedas ligadas ao comércio com a China, como o dólar australiano, tiveram leve recuperação.
Nos bastidores, Trump sinalizou interesse em negociar. O republicano afirmou que pretende conversar com Xi Jinping "nas próximas 24 horas" para discutir comércio, TikTok e a crise do fentanil. Até o momento, Pequim não confirmou a possibilidade de diálogo.
A nova rodada de tarifas reacende as tensões entre as duas maiores economias do mundo, que haviam se mantido relativamente estáveis desde a cúpula entre Xi e Joe Biden em novembro de 2023. Agora, a relação bilateral volta a ser marcada por incertezas e novos desdobramentos no cenário comercial global.
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