Brasil propõe parceria com a China para lançamentos de satélites a partir de Alcântara
- Redação
- há 1 dia
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Iniciativa reforça cooperação espacial sino-brasileira e posiciona o Maranhão como possível polo de lançamentos orbitais na América Latina

O governo brasileiro deu um passo estratégico para fortalecer sua presença no setor espacial ao propor à China o uso da base de lançamentos de Alcântara, no Maranhão, para futuras missões orbitais. A sugestão foi apresentada durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim, sinalizando o interesse do Brasil em ampliar sua cooperação tecnológica com o gigante asiático.
Localizada próxima à linha do Equador, a base de Alcântara é considerada uma das mais vantajosas do mundo para lançamentos de satélites, permitindo uma economia de até 30% em combustível — um diferencial que pode atrair parceiros internacionais em um momento de crescimento da chamada economia espacial.
A proposta foi bem recebida por autoridades chinesas, segundo fontes diplomáticas. Atualmente, Brasil e China já cooperam no setor espacial por meio do programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), que completa 25 anos em 2025. A nova proposta representa um avanço no relacionamento, ao incluir não apenas o desenvolvimento conjunto de satélites, mas também a utilização da infraestrutura brasileira para lançamentos.
A base de Alcântara já havia sido oferecida aos Estados Unidos no passado, mas o acordo foi encerrado em 2023. Desde então, o Brasil tem buscado diversificar suas parcerias estratégicas, priorizando acordos que envolvam transferência de tecnologia, geração de empregos qualificados e respeito à soberania nacional.
Para a China, que possui um dos programas espaciais mais avançados do mundo — com missões para a Lua, Marte e uma estação espacial em operação — a possibilidade de lançar satélites a partir do Brasil representa uma oportunidade logística relevante e uma forma de estreitar laços com a América Latina.
O relançamento da base como polo internacional de lançamentos depende, no entanto, de garantias sobre impactos sociais e ambientais, especialmente em relação às comunidades quilombolas da região. O governo brasileiro tem indicado que qualquer novo acordo precisará contemplar compromissos sociais, ambientais e de desenvolvimento local.
Uma delegação técnica chinesa é esperada no Brasil ainda este ano para visitar Alcântara e avaliar as condições da base. Se as negociações avançarem, o Brasil poderá assumir um papel de protagonismo regional na geopolítica espacial, contribuindo para uma nova era de cooperação bilateral com a China em um dos setores mais estratégicos do século XXI.
Fonte: Agência Brasil China