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Belém tem segunda maior inflação do Brasil em 2025, apesar de alívio em junho

Por Wesley Oliveira, economista e mestre em Economia pela UFPA


economia belém

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última quinta-feira (10), os dados de junho do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país.


No mês passado, o índice registrou alta de 0,24%. Com esse resultado, a inflação acumulada em 2025 chega a 2,99%. Já no acumulado de 12 meses, o IPCA alcança 5,35%, acima do teto da meta estipulada para o ano, que é de 4,5% — o centro da meta é de 3%.


O cálculo do IPCA considera a variação de preços em 16 localidades, sendo 6 capitais e 10 regiões metropolitanas.


Um olhar mais atento para os dados regionais revela disparidades importantes. Em junho, a inflação na Região Metropolitana de Belém foi de 0,16%, abaixo da média nacional. No entanto, no acumulado do ano, Belém registra alta de 3,39%, o segundo maior índice do país, atrás apenas de Aracaju (SE), com 3,45%. Considerando os últimos 12 meses, Belém também se destaca, com variação de 5,52%, a quarta maior entre as áreas pesquisadas.


Entre os grupos de consumo, ainda na RM Belém, o maior aumento em 2025 até o momento ocorreu em Educação, com alta de 5,64%. Em seguida, vêm Habitação e Alimentação e Bebidas, conforme detalhado no gráfico abaixo, elaborado a partir dos dados do IBGE.


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Dos itens com que tiveram aumento na RM Belém, os quatro com maiores variações nos preços em 2025 até aqui são itens alimentares: café (43,54%), tomate (34,14%), cebola (27,42%) e açaí (24,46%).


O impacto da inflação também é sentido em serviços essenciais. Os preços relacionados à saúde subiram consideravelmente: 12,6% em serviços médicos e 4,1% em produtos farmacêuticos. Serviços de beleza, como manicure (9,66%) e cabeleireiro/barbeiro (8,04%), também ficaram mais caros.


Na Educação, cursos regulares — pré-escola, ensino fundamental e ensino médio — apresentaram reajustes superiores a 7% na RM Belém. Outros itens que pesam no orçamento das famílias também subiram, como energia elétrica residencial (6,26%) e aluguel (5,95%).


Por outro lado, houve alívio em alguns produtos básicos. O arroz e o feijão carioca, essenciais na mesa da população, tiveram quedas de preço de 14,2% e 10,8%, respectivamente, no primeiro semestre.


O que fazer diante de uma inflação persistente?


Com os preços em alta e o poder de compra comprometido, o momento exige atenção redobrada. A primeira recomendação é revisar o orçamento doméstico com frequência e priorizar os gastos essenciais. Buscar alternativas mais baratas, planejar as compras do mês e evitar o endividamento com crédito caro são atitudes que fazem diferença. Para quem tem condições, montar uma reserva financeira é uma forma de se proteger contra oscilações econômicas.


O cenário inflacionário reforça a importância da educação financeira no dia a dia — não como luxo, mas como necessidade.


Sobre o autor:


Wesley Oliveira. Economista e mestre em Economia pela UFPA. Já atuou como professor universitário e consultor em ministérios, como o da Justiça, o da Cultura, além da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Proprietário da ECONPLAN | Dados & Inteligência Aplicada.

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