Belém inova e adota tecnologia sustentável no tratamento de efluentes para a COP30
- Jaelta Souza
- 18 de mar.
- 3 min de leitura
Parque da Cidade e Nova Doca apostam em soluções ecológicas para tornar a capital referência em sustentabilidade
Às vésperas da COP30, Belém se consolida como um exemplo de inovação ambiental ao implantar tecnologias sustentáveis para o tratamento de efluentes urbanos. O Parque da Cidade e a Nova Doca serão os primeiros espaços a utilizar sistemas naturais de filtragem da água, com o objetivo de preservar a natureza, reduzir impactos ambientais e criar um legado sustentável para a população.
Uma das grandes apostas da cidade são os wetlands construídos, conhecidos como "jardins filtrantes", que utilizam plantas para purificar a água sem a necessidade de produtos químicos. O modelo já é amplamente utilizado em países como Suécia, Noruega, Inglaterra e Omã, e agora chega à capital paraense para revolucionar o saneamento urbano.
Wetlands: a tecnologia verde que chega a Belém
Os wetlands são sistemas naturais de tratamento de efluentes que utilizam plantas macrófitas, como taboa, papiro e inhame, para filtrar a água de maneira eficiente e sustentável.
No Parque da Cidade, os wetlands terão capacidade de tratar até 118m³ de efluentes por dia, o equivalente ao consumo de quase 3 mil pessoas. Além de purificar a água de forma ecológica, o sistema não gera resíduos químicos e requer baixa manutenção, tornando-se uma alternativa viável para o saneamento urbano.
Já na Nova Doca, a tecnologia será ainda mais avançada. O projeto contará com:
Wetlands flutuantes – ilhas artificiais onde as plantas absorvem a matéria orgânica da água;
Jardins de chuva – áreas permeáveis que captam e tratam a água naturalmente;
Biovaletas – canais vegetados que filtram resíduos diretamente no solo.
O diretor de Valor Social da Vale, Lourival Neto, explica que a solução une inovação e preservação ambiental.
“Os wetlands utilizam a própria natureza para tratar esgoto, sem necessidade de produtos químicos ou alto consumo energético. Além disso, o efluente será tratado no próprio parque, sem sobrecarregar o sistema público”, afirma.
Parque da Cidade: um legado sustentável para Belém
Com 75% das obras concluídas, o Parque da Cidade está sendo construído em uma área de 500 mil m², onde funcionava um antigo aeroporto. Além de abrigar a COP30, o espaço será um grande polo verde para Belém, reunindo:
1.500 árvores e 190 mil plantas ornamentais;
Reaproveitamento de água da chuva;
Energia solar fotovoltaica;
Lago artificial, ciclotrilha, ecotrilha e boulevard gastronômico.
Após a COP30, o parque será entregue à população e se tornará um marco sustentável para a cidade, com projetos educativos e iniciativas ecológicas que vão além da conferência.
Nova Doca: tecnologia e preservação dos rios de Belém
A revitalização da Nova Doca também tem foco na sustentabilidade. O espaço contará com um novo sistema de esgoto, ciclovias, academia ao ar livre e áreas verdes, além de recuperar a conexão entre a cidade e seus rios.
Com 63% das obras concluídas, o projeto visa proteger pontos turísticos icônicos, como Porto Futuro II, Estação das Docas e Ver-o-Rio, tornando-os mais acessíveis e ambientalmente responsáveis.
Fernando Santiago Miranda, gerente de engenharia do projeto, explica o impacto da iniciativa.
“Estamos criando um ecossistema novo, onde as plantas e microrganismos fazem o trabalho de filtragem, ajudando a recuperar nossos rios sem poluir ainda mais o meio ambiente”, destaca.
Sustentabilidade na COP30: exemplo para o mundo
A escolha de Belém como sede da COP30 já destacava a cidade como símbolo da preservação da Amazônia. Agora, com essas iniciativas, a capital paraense se torna um modelo global de sustentabilidade urbana, adotando soluções inovadoras que poderão inspirar outras cidades do Brasil e do mundo.
Para a vice-governadora Hana Ghassan, essa transformação é essencial para o futuro da cidade.
“Não estamos apenas construindo espaços urbanos, estamos criando um novo modelo de cidade sustentável. O Parque da Cidade e a Nova Doca vão mostrar ao mundo que é possível unir desenvolvimento e preservação ambiental”, afirma.
Com a implementação dessas tecnologias, Belém caminha para se tornar referência em inovação ambiental, reforçando seu compromisso com o meio ambiente e deixando um legado sustentável para as futuras gerações.
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