Belém é visada para potencial investimento na mobilidade sustentável, na eficiência energética e mais
O Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) vai investir US$ 2 bilhões na Amazônia até 2030, visando a conservação do bioma, o incentivo a atividades econômicas sustentáveis e maior acesso a direitos básicos.
A novidade foi apresentada durante participação do CAF na plenária ‘Somos Amazônia, Somos Solução’, evento que integra a programação da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP 28), que acontece em Dubai até a próxima terça-feira (12).
De acordo com o plano de investimento, o Amazonas está na rota de futuros aportes em pelo menos dois projetos. Um deles é para possíveis parcerias com o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), instituição sediada em Manaus, ligada ao Ministério de Desenvolvimento Econômico, e que realiza pesquisas ligadas à bioeconomia.
O outro potencial de investimento é em projetos que visam a mobilidade sustentável, a eficiência energética, a agroecologia urbana e a construção de áreas verdes em Manaus e Belém (PA). As duas cidades são consideradas importantes centros urbanos da Amazônia pelo CAF.
“Queremos investir em projetos de serviços básicos, em saneamento, infraestrutura, em conservação da biodiversidade. A ideia é ter uma estratégia integral que busque atender à biodiversidade, mas, sobretudo, atender as necessidades das pessoas que vivem na Amazônia, indígenas e não indígenas”, afirmou para A CRÍTICA a gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do CAF, Alicia Montalvo.
Segundo ela, o banco já está identificando projetos que poderão receber investimentos. Além dos estados brasileiros, o CAF deve fazer aportes em iniciativas na Colômbia, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela, países em que está presente.
“Ainda não temos planos de investimentos fechados, mas a ideia é focar nas cidades amazônicas. Vamos dar uma atenção especial, também, às cidades fronteiriças, porque, muitas vezes, as fronteiras são artificiais”, disse.
Alicia afirma que o CAF pretende ajudar a movimentar pelo menos US$ 15 bilhões até 2026 e US$ 30 bilhões até 2030 por meio da Coalizão Verde, união inédita de 17 bancos de fomento dos países da região amazônica. O grupo, lançado pelo Brasil durante a COP 28, será presidido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelos próximos dois anos.
‘Somos Amazônia’
O anúncio de investimento do CAF aconteceu durante a plenária ‘Somos Amazônia, Somos Solução’, que contou com a presença de Karina Pinasco -(SDSN Amazônia/Fundação Amazônia Sustentável); Uyunkar Domingo (Fundação Pachamama/Iniciativa Bacias Sagradas); Melissa Garvey (The Nature Conservancy); Fernanda Naber (BNDES); e Javier Sanchez (ativista Climático do Equador).
“Entendo que esse é um esforço enorme, uma ambição muito grande e que não está pensando só no financiamento de negócios, mas também para conhecimento, formação, restauração e apoio em termos de governança, em marco ao cumprimento à última declaração assinada pelos países do Tratado para a Cooperação Amazônica, em Belém”, comenta a coordenadora geral do programa Pan-Amazônico de Cooperação e Coalização das Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Karina Penhasco.
A Carta de Belém, assinada por Brasil, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Bolívia, Guiana, Peru e Suriname lista 113 compromissos dos países para com a região amazônica. Dentre eles, estão: a criação de uma Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento; fundo público-privado para financiar maiores ambições na redução do desmatamento; integração de ações, conhecimentos e dados entre cientistas dos países; e um plano de trabalho sobre bioeconomia.
Saiba mais - O que é o CAF
Fundado em 1970 por 19 países - 17 da América Latina e o Caribe, Espanha e Portugal - o Banco de Desenvolvimento da América Latina é uma instituição financeira focada em desenvolvimento e que conta, hoje, com uma carteira ativa de mais de US$ 4 bilhões de empréstimos somente no Brasil. O país possui 8,8% do capital da instituição, sendo seu quarto maior acionista, atrás de Colômbia, Peru e Argentina.
A Crítica
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