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As Dicas Vazias de Oratória se Popularizam no Mundo Acelerado e Sem Rumo


As Dicas Vazias de Oratória se Popularizam no Mundo Acelerado e Sem Rumo
Osvaldo Loureiro

Hoje tenho 42 anos e me lembro do primeiro livro de oratória, que comprei em frente ao Fórum Cível de Belém, quando era estagiário de direito, entre os anos de 2002 e 2003, quando peguei o fresquinho, que já existia, e que provavelmente, devem ser os mesmos, que devem servir o povo de Belém nos dias de hoje.


Bem, não quero falar dos problemas de mobilidade urbana, apesar de me incomodar bastante, quem sabe faço um dia, uma comparação entre os ônibus de Belém e a história do ensino da Oratória no Brasil.



Vamos voltar ao assunto!


Aproximo-me de 20 anos de estudo de oratória, haja vista que nunca mais parei de comprar livros sobre o assunto.


Ressalto que, todos os livros que li, estudei e aprofundei, em nenhum tinha o objetivo de mostrar milagres no aprendizado ou estabelecer dicas milagrosas, para que o leitor se tornasse um orador fluente e seguro.


Respeitando os dizeres do escritor Nelson Rodrigues, que afirma: “Toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.”


Posso afirmar, que Nelson Rodrigues errou ou, simplesmente, não se referiu aos aspectos das habilidades humanas, como aprender a tocar piano, a nadar, a falar, a andar e etc.

É unânime entre cientistas, de qualquer área, que qualquer habilidade humana necessita de estudo/conteúdo e muito treino. Afinal, do que vale ter o dom de nadar, como Michael Phelps, se os pais tivessem colocado o filho para treinar judô? Não há dúvida, que ainda não teríamos o novo recordista de medalhas olímpicas.


E qual a razão de falar tudo isso?


A resposta é simples! O pós-covid fez popularizar cursos de oratória on-line e presenciais, que prometem desenvolver a habilidade de falar em público, só com dicas e caminhos milagrosos, além de um aprendizado “acelerado”.


E a pergunta, que eu faço é: Quem aprende a tocar piano ou a nadar, só olhando dicas pela internet?


O estudo da oratória é tão profundo, que há enciclopédias sobre o assunto!


Grandes oradores do passado e hodiernos tinham, e ainda possuem, tutores e professores, que orientam sobre o caminho do bem falar.


Inclusive, há grandes personalidades políticas e empresariais, que requerem cláusula de confidencialidade sobre o aprendizado, que adquirem com professores de oratória.

E, infelizmente, muitos acham que aprenderão a falar em uma aula de um dia ou final de semana, com diversos alunos amontoados assistindo dicas, ou simplesmente, participando de dinâmicas em grupo, que no momento leva o público ao êxtase, mas depois percebe, que não aprendeu, absolutamente, nada.



E qual a razão de não aprender nada?


Primeiramente, qualquer habilidade, para ser bem desenvolvida, precisa se estabelecer em um tripé:


Primeiro =>


CONTEÚDO: Se o aprendiz não tiver um conteúdo sólido, do que vai falar, não adianta, que o raciocínio lógico e claro não fluirá, por isso, que tenho diversos alunos universitários e do ensino técnico, que me procuram, tendo em vista, que a didática de ensino não incentiva o aluno a ter o conteúdo aprofundando, haja vista, como ocorreu comigo inúmeras vezes, do professor passar uma matéria, que nunca tinha visto, para ser apresentado em 1 ou 2 semanas.


Ora, qual ser do mundo, consegue absorver e se aprofundar em qualquer tipo de matéria em 1 ou 2 semanas, para depois apresentar com exatidão, o que professores demoram anos para aprender e depois ensinar?


Portanto, conhecer o conteúdo, não basta só ler e entender, mas sim se aprofundar, para que o orador tenha condições para explicar os mínimos detalhes da matéria, que deseja explanar para sua plateia.


Segundo =>


PRÁTICA: Se o aprendiz não é incentivado a treinar o raciocínio lógico e oralizar o que estudou, não tenha dúvida, que a chance de não falar bem é zero, pois há uma grande diferença em compreender, o que estudou, e explicar para terceiros, o que foi compreendido.


Treinar a fala e ter um conteúdo aprofundando é essencial para o bem falar.


Podem perguntar: O quanto Treinar? Treine até que você automatize a sua fala. Até que sua fala deixe de ser robotizada e se torne natural. E em breve, falarei mais sobre o treinamento na oratória em outra coluna.


Terceiro =>


AUTOCONHECIMENTO: Esse tema, faz-se necessário escrever um livro sobre o assunto, principalmente, quando se relaciona o conhecer-te a ti mesmo e a oratória, pois nos leva para as mais diversas vertentes reflexivas, mas vou enveredar por um dos caminhos, que é um dos mais importantes, conforme a minha experiência em sala de aula, que é o do não ter medo de errar.


Sim, caro leitor! O erro faz parte do nosso processo de aprendizado! Se você não erra! Não tenha a menor dúvida, que você não aprenderá!


Aceite o erro e deixe a ilógica e imatura necessidade de controle e perfeição de lado.


Sim! Você deve aceitar e compreender, que não há controle naquilo, que não dominamos e não temos a prática.


Aprenda a ter paciência e autocontrole para se desenvolver!


Todo processo de aprendizado é lento e não dá saltos.


Portanto, fuja das dicas, que não te levam para o conhecimento, reflexão e para a prática.

Não há mágica no desenvolvimento de qualquer habilidade humana, mas esforço, dedicação e disciplina para se aperfeiçoar cada vez mais.


Portanto, quando você procurar um curso de oratória escolha por aquele, que te ofereça, prática, número limitado de alunos por turma e horas-aulas suficientes, para treino e absorção do conteúdo apresentado.


Quando você, que chegou ao fim da presente coluna, assistir um excelente orador, tenha a mais absoluta certeza, que o “dom” foi muito bem treinado e tem anos de prática, além de um aprofundado conteúdo.


Não há atalhos para qualquer tipo de habilidade bem desenvolvida.




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