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Amazônia: setor agropecuário cresce sem gerar emprego e desmatamento avança

Agro não é tudo. Na Amazônia legal, a agropecuária demite trabalhadores ao mesmo tempo em que aumenta a área destinada a pastagens e cultivos. É o que diz um relatório publicado pela Amazônia 2030, iniciativa de pesquisadores brasileiros

Sem gerar emprego, setor agropecuário cresce e desmatamento avança
Reprodução: Gerdal

As conclusões são do relatório Dinamismo de emprego e renda na Amazônia Legal: agropecuária. Ele mostra que, entre 2012 e 2019, a agropecuária na região perdeu cerca de 322 mil postos de trabalho: uma queda de 16%.


É um desempenho muito pior que o verificado em outros setores que, nesse mesmo período, criaram mais de 500 mil novos postos de trabalho na região.


Enquanto isso, a área ocupada pela agropecuária cresceu 8,4%.


Os anos analisados foram também uma época de recordes de desmatamento: a área desmatada aumentou significativamente de 4.571 km2 para 10.129 km2.



Menos empregos e alta informalidade


A agropecuária envolve um conjunto de atividades que incluem agricultores com diferentes níveis de qualificação, pecuaristas e extrativistas florestais.


Hoje, o setor está entre os que mais ocupam pessoas na Amazônia: 1,7 milhão de trabalhadores, ou 15,9% das pessoas ocupadas. Mas faz uma curva descendente.


Segundo o relatório, a maioria dos ocupados — 81% — é de trabalhadores informais. Além disso, os salários são baixos. Em 2019, o trabalhador do setor recebeu, em média, R$829,00 mensais. Menos da metade da média para a Amazônia Legal, de R$1692,00.


Os números mostram ainda que, nos sete anos analisados:


  • Caiu o número de agricultores não qualificados ocupados na região. Agricultores não qualificados são aqueles cujas atividades não exigem qualificações específicas.


  • Essa foi a categoria que mais perdeu postos de trabalho: uma perda de 59%. Sua diminuição é reflexo da crescente mecanização das lavouras.


  • Agricultores qualificados também perderam espaço: uma queda de 6,7% no número de trabalhadores ocupados.


  • O número de extrativistas florestais em atividade seguiu trajetória semelhante: decréscimo de 28%.


  • O contraste fica à cargo da pecuária. Aumentou o número de pessoas ocupadas pela atividade: um acréscimo de 2%. Tímido, comparado à queda geral no número de pessoas ocupadas.


  • Para entender a dinâmica da ocupação da agropecuária na região, é importante olhar para dois estados em especial: Mato Grosso e Pará. Juntos, eles reúnem 48% do número total de pessoas ocupadas na Amazônia Legal. Têm realidades muito díspares: em 2019, no Mato Grosso, o rendimento médio do trabalhador da agropecuária era de R$1.790, 142% maior do que o rendimento médio no Pará (R$739), o que provavelmente reflete um grau de mecanização e de qualificação da mão-de-obra superior neste setor no Mato Grosso.



Autores: G. Gonzaga, F. Cavalcanti & F. Alfenas


Os dados completos você encontro no nosso site - http://bit.ly/empregoAgropecuaria



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