9 fatores que destacam Belém como principal capital do Brasil a atrair a atenção de investidores e empresas
- Jaelta Souza
- 23 de mar.
- 8 min de leitura
Atualizado: 24 de mar.
Com crescimento acelerado, grandes eventos internacionais e um ambiente favorável aos negócios, Belém se consolida como um dos destinos mais promissores para investimentos no Brasil.
Nos últimos anos, Belém tem se transformado em um dos polos econômicos mais estratégicos do país. Impulsionada por grandes eventos globais, um mercado imobiliário aquecido, um setor industrial em expansão e um turismo cada vez mais fortalecido, a capital paraense atrai o olhar de investidores e empresas que enxergam no estado um novo cenário para oportunidades de negócios.
Belém, o novo epicentro dos negócios no Brasil
Empresas, investidores e profissionais que buscam crescimento e inovação encontram em Belém um terreno fértil para expansão e novos negócios. O futuro da capital paraense é promissor e cada vez mais atrativo para quem deseja investir em um mercado em franca expansão.
Além disso, a infraestrutura portuária, os incentivos fiscais e a ascensão da cidade como referência em sustentabilidade e inovação tornam Belém um dos destinos mais atrativos para o desenvolvimento econômico no Brasil.
A seguir, listamos os principais fatores que consolidam essa tendência:
A COP 30 como catalisadora de investimentos
A realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) em novembro de 2025 já está sendo um divisor de águas para Belém. O evento global reunirá líderes mundiais, empresas e investidores, gerando impactos diretos na economia local.
Com previsão de atrair mais de 50 mil visitantes e movimentar bilhões de reais em diversos setores, o evento já impulsiona investimentos em infraestrutura, hotelaria, turismo e mobilidade urbana.
"Esse evento coloca Belém no mapa mundial do desenvolvimento sustentável, abrindo portas para investimentos de longo prazo", destaca a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan.
Construção civil em expansão
A valorização do setor imobiliário e o crescimento da construção civil refletem diretamente no aumento dos investimentos na cidade. Dados do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) indicam um aumento de 12% nos lançamentos de empreendimentos comerciais e residenciais em 2024, comparado ao ano anterior.

De acordo com o 26º Censo de Mercado Imobiliário, realizado pelo Sinduscon-PA e conduzido pela Brain Consultoria, Belém e Ananindeua apresentaram uma alta oferta de empreendimentos residenciais verticais. Foram identificados 65 empreendimentos, somando 6.957 unidades, das quais 2.065 ainda estão em fase de comercialização. Essa movimentação indica boas oportunidades para investidores e compradores.
Aluguel de imóveis e rentabilidade acima da média nacional
Belém lidera o ranking das cidades mais rentáveis do Brasil para quem investe em aluguel de imóveis. Segundo o índice FipeZAP, a rentabilidade média anual na capital paraense chegou a 8,41% em 2025, superando cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. O aumento da demanda impulsionado pelo turismo de negócios e pelos novos projetos imobiliários fortalece ainda mais o setor.
"Belém, como todos já sabem, não é uma cidade com custo baixo para construir e para comprar, e agora, com a valorização que estamos recebendo, esses preços tendem a aumentar", explica Fabrizio Gonçalves, presidente do Sinduscon-PA.
Turismo de negócios cresce e movimenta a economia
O turismo de negócios tem ganhado protagonismo em Belém. Com a realização de feiras, congressos e eventos setoriais, a cidade se consolidou como um polo estratégico para encontros empresariais e networking.

De acordo com o Dieese-PA, o setor hoteleiro registrou um aumento de 18% na ocupação em eventos corporativos nos últimos dois anos.
"Belém se tornou um destino relevante para o turismo corporativo, impulsionado pela chegada de grandes marcas e pelo fortalecimento da nossa rede hoteleira", ressalta a Secretaria de Turismo do Estado do Pará (Setur-PA).
Hotelaria recebe investimentos e novos empreendimentos
A rede hoteleira de Belém passa por uma forte expansão. Com incentivos fiscais do governo e a expectativa da COP 30, diversas redes nacionais e internacionais estão investindo na cidade. Segundo a Setur-PA, Belém receberá pelo menos cinco novos hotéis até 2026, ampliando a oferta de leitos e fortalecendo o setor.
Na corrida imobiliária, sites de hospedagens anunciam alguns imóveis de alto padrão por mais de R$ 2 milhões para 11 dias. Já em hotéis, os preços de diárias seguem a procura do mercado. Com os novos empreendimentos em andamento - como hotéis e construções de prédios, por exemplo - a quantidade pode dobrar, mas não há como estimar número exato, uma vez que os investimentos no setor serão feitos até a chegada do evento à capital. a capital teve novos investimentos na rede hoteleira ampliando a capacidade atendimento do setor. Dentre os novos hotéis estão:
Vila Galé Collection Amazônia – Belém
Hotel Tivoli
Holiday Inn
Marriott
Bristol Marambaia
ibis Styles Belém Hangar
ibis budget Belém Batista Campos
Novotel Belém
Hotel Boutique Boulevard Castilhos França
Chalé Vitória
Chalé Ilha Tortuga / Porto Combu Resort
Hotel JM

Nesse contexto, empresários da região também estão se unindo para oferecer alternativas de hospedagem que atendam parte da demanda para a COP 30. Uma dessas iniciativas é do Novo Engenho Engenharia, de Ivan Ferreira, que está desenvolvendo um projeto, a pedido do Grupo Agria & Ataide, de Paulo Henrique de Ataide, ambos os executivos são membros da Comunidade Belém Negócios.
O projeto contempla 10 containers 40HC, de 30 m², divididos em duas kitnets de alto padrão com 15 m² cada, possuindo um acabamento resistente. O espaço possui banheiro, quarto e cozinha, numa área de mais de 2.000 m² localizado na Bernardo Sayão; foi projetado em outubro do ano passado e contou com muitas solicitações de clientes para a aquisição.
Indústria e infraestrutura portuária fortalecem a economia
O Pará tem se consolidado como um dos estados mais dinâmicos do Brasil, impulsionado pelo crescimento industrial e pelos investimentos estratégicos em infraestrutura portuária. Esses fatores não apenas fortalecem a economia regional, mas também posicionam o estado como um polo logístico essencial para o país.

Com um desempenho acima da média nacional, em 2024, o setor industrial paraense apresentou um crescimento expressivo, se consolidando como um estado entre os líderes do avanço econômico no Brasil:
Crescimento de 7,0% em outubro de 2024, enquanto a média nacional foi de 3,4%.
Variação positiva de 4,7% no acumulado de janeiro a outubro de 2024.
Pará lidera a expansão industrial entre os estados brasileiros, impulsionado pelos setores mineral, agroindustrial e de energia.
O fortalecimento da infraestrutura portuária tem sido essencial para dar suporte ao crescimento industrial e atrair novos investimentos para o estado. O Pará está recebendo aportes bilionários para modernizar seus portos e expandir sua capacidade logística.
Os principais investimentos anunciados incluem:
R$ 4 bilhões destinados à construção de 400 balsas e 15 empurradores para o transporte hidroviário de minério de ferro e manganês. O projeto prevê a criação de mais de 10 mil empregos diretos e indiretos ao longo de quatro anos.
R$ 205,8 milhões para modernização do Porto de Santarém e R$ 5,4 milhões para melhorias no Porto de Vila do Conde, otimizando o escoamento da produção industrial e mineral.
R$ 5,6 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para aprimoramento dos modais portuários, hidroviários e aeroportuários do estado.
Entre as ações prioritárias dentro do PAC, destacam-se:
Derrocagem do Pedral do Lourenço, permitindo maior navegabilidade na hidrovia do Tocantins.
Conclusão das Instalações Portuárias de Pequeno Porte (IP4) em Juruti e Oriximiná, fortalecendo a integração regional.
Ampliação e modernização dos aeroportos de Belém, Altamira, Parauapebas, Marabá e Santarém, elevando a capacidade logística do estado.
Outro setor industrial em expansão no estado é o de distribuição de gás natural (GN) que já começou, com a Companhia de Gás do Pará iniciando suas operações em Barcarena no primeiro trimestre de 2024. Um primeiro cliente, a Alunorte, já recebe o GN por meio de uma rede de distribuição própria.
A chegada do gás natural traz impactos diretos na economia local, reduzindo custos para indústrias e atraindo novos investidores , além de permitir a diversificação da matriz energética para setores comerciais e residenciais.
Margem Equatorial: oportunidade Econômica e desafios ambientais
A Margem Equatorial é considerada uma área com alto potencial para reservas de petróleo e gás natural, podendo colocar o Brasil em uma posição estratégica no mercado global de energia. Empresas do setor, como a Petrobras, têm apostado fortemente nessa região, com investimentos significativos.

Principais pontos econômicos:
Projeção de investimentos : Em 2024, estima-se que a exploração na Margem Equatorial movimento até US$ 1,09 bilhão , concentrando cerca de 95% dos investimentos exploratórios do Brasil.
Geração de empregos : A indústria petrolífera tem potencial para criar milhares de empregos diretos e indiretos , impulsionando a economia local e nacional.
Infraestrutura e logística : O aumento da produção de petróleo exigiu melhorias nos portos da região, como os de Vila do Conde (PA) e Santana (AP), e o fortalecimento da indústria naval para atender à demanda de transporte.
Aumento da arrecadação : Royalties e impostos podem beneficiar estados e municípios, gerando receita para investimentos em saúde, educação e infraestrutura.
Segundo especialistas no setor econômico, esses fatores tornam a Margem Equatorial um dos eixos estratégicos para o futuro da matriz energética brasileira, podendo reduzir a dependência de importação de combustíveis e fortalecer a balança comercial.
Mas, a exploração da margem equatorial traz também desafios Ambientais e Sociais,
pois, apesar do grande potencial econômico, a exploração na Margem Equatorial enfrentou forte resistência de ambientalistas, comunidades locais e órgãos reguladores. Em maio de 2023, o Ibama negou um pedido da Petrobras para perfuração na Foz do Amazonas, citando riscos ambientais elevados. E as principais preocupações ambientais são:
Biodiversidade ameaçada : Uma região abriga ecossistemas sensíveis, como recifes de corais, manguezais e a Amazônia Azul, um bioma marinho fundamental para a regulação climática.
Impacto sobre comunidades tradicionais : Povos indígenas e ribeirinhos temem que a atividade petrolífera afeta sua subsistência, baseada na pesca e no extrativismo sustentável.
Risco de desastres ambientais : Vazamentos de petróleo podem causar danos irreversíveis à fauna e flora marinhas, além de comprometer a qualidade da água e do ar.
Mudanças climáticas : A ampliação da produção de combustíveis fósseis pode contradizer os compromissos internacionais do Brasil para a transição energética e redução de emissões.

O Equilíbrio entre o desenvolvimento e sustentabilidade segue sendo um dos maiores dilemas, e segundo especialistas, para viabilizar a exploração na Margem Equatorial sem comprometer a sustentabilidade da região, é necessária a adoção de medidas rigorosas, como:
Tecnologias mais seguras para minimizar impactos ambientais, incluindo sistemas avançados de detecção e contenção de vazamentos.
Monitoramento ambiental constante para garantir que a biodiversidade local não seja comprometida.
Investimentos em energias renováveis para equilibrar a matriz energética e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
Diálogo com comunidades locais para mitigar impactos sociais e garantir benefícios à população da região.
A Margem Equatorial representa um dilema clássico entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Com o avanço das negociações e estudos ambientais, a decisão sobre a exploração dessa região terá implicações profundas para a economia, o meio ambiente e o apoio internacional do país na luta contra as mudanças climáticas.
Recursos Naturais e Mercado Consumidor em Crescimento
A abundância de recursos naturais na região, como madeira, minérios e biodiversidade, oferece oportunidades para setores como mineração, agronegócio e biotecnologia. em larga escala usando recursos como:
Mercado Consumidor em Crescimento: Com uma população de aproximadamente 1,3 milhão de habitantes, Belém apresenta um mercado consumidor significativo e em expansão, propício para diversos segmentos de negócios.
Biodiversidade, Biotecnologia e Bioeconomia: A Amazônia paraense abriga uma das maiores diversidades biológicas do mundo, com vasto potencial para a biotecnologia. Pesquisas têm ampliado o conhecimento sobre a região, contribuindo para a conservação e gestão dos recursos naturais. O desenvolvimento de produtos farmacêuticos e cosméticos a partir de recursos naturais da Amazônia representa uma oportunidade econômica significativa, desde que conduzido de forma sustentável e ética.
Setor Mineral: O estado é rico em recursos minerais, incluindo ouro, ferro e bauxita, atraindo investimentos nacionais e internacionais.

A força da Comunidade Belém Negócios
Como se destacar nesse novo cenário?
Outro fator determinante para o crescimento empresarial na capital é o networking estratégico da Comunidade Belém Negócios, plataforma que reúne empresários, executivos e investidores para fomentar novas oportunidades no mercado.
De acordo com Rodrigo Souza, fundador da comunidade, a iniciativa se consolidou como um ambiente estratégico para quem busca conexões de alto nível e informações de mercado.

"Belém vive um momento único, e o networking certo pode acelerar o crescimento de empresas e profissionais que queiram aproveitar esse cenário e nós proporcionamos isso com excelência e impulsionamos o crescimento na região em diversos segmentos", ressalta Rodrigo Souza.
Para saber mais sobre a Comunidade Belém Negócios e participar dos eventos estratégicos para empresários, acesse: www.belemnegocios.com/comunidade
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